ANÁLISE: Perda da renda agrícola chega a R$ 1 trilhão
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ANÁLISE: Estagnação econômica - A razão da perda da renda ocorrida no setor agrícola é a estagnação econômica, acredita Barros. "Uma situação como essa não se sustenta indefinidamente", declarou em palestra feita ontem na Associação Comercial de São Paulo, em seminário com o tema "Políticas Agrícola e Agrária no Governo Lula II". A válvula de escape desse setor são as exportações, embora o câmbio e a concentração do mercado não tenham compensado as perdas domésticas, explicou. O quadro atual não é favorável, mas a agricultura enfrentou tempos ainda mais difíceis, entre 1994 e 1998, quando a prioridade era sustentar o plano real. Os ganhos obtidos pelos consumidores não são apenas resultado dos ganhos de produtividade ou da perda de receita do setor agrícola, acrescentou Barros. "Houve redução de margens tanto do varejo, quanto da indústria nesse período", informou. Nesse processo de fazer o alimento chegar mais barato, quem pagou a conta foi a agricultura, que é sempre o lado mais fraco da cadeia produtiva. O maior acesso da população a alimentos contribuiu para o desenvolvimento dos estados do Nordeste numa média mais elevada pela alta do PIB do País. Investimento público - O setor agrícola convive com adversidades ainda não corrigidas. Ao contrário, só agravadas pela omissão dos governos, segundo diagnóstico apresentado pelo presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), Marcos Jank. Além da drástica redução dos investimentos públicos, o setor agrícola convive com conflitos que emperram a formulação de políticas para o seu desenvolvimento. O maior deles, diz Jank, é a existência de dois ministérios afins: o da Agricultura e o do Desenvolvimento Agrário. Segundo afirmou, não há distinção entre pequeno e grande agricultor. Tampouco se é familiar ou empresarial. Para ele, o maior problema é o custo do capital para a produção. O professor Fábio Chaddad, do Ibmec, apresentou algumas propostas para o governo. Entre essas, mais investimentos em defesa sanitária e pesquisa, e a criação de mecanismos em gestão de risco. (Gazeta Mercantil)
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