ALGODÃO, CULTURA DE VALOR ECONÔMICO E SOCIAL NA COAGRU
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Adotando o slogan ?Algodão não se faz sem gente?, a Cooperativa Coagru, de Ubiratã, vem investindo nos últimos anos na recuperação da cultura, mostrando que é mais rentável do que a lavoura de soja. A cooperativa, onde a maioria dos integrantes é formada por pequenos proprietários, elegeu o incentivo à produção de algodão como uma das prioridades, em função dos vários benefícios que traz a toda comunidade, como a dinamização para o comércio e prestadores de serviços (oficinas, postos, acessórios, etc) e para os trabalhadores. Nos últimos três anos o valor da capina e da colheita, feita por trabalhadores volantes e familiares, foi de aproximadamente R$ 4,5 milhões, enquanto o valor econômico da produção somou R$ 17,95 milhões, ficando os órgãos arrecadadores com R$ 3,4 milhões em ICMS e Funrural.
Importância social ? A geração de empregos no campo e na indústria é citada pela Coagru como um dos principais benefícios da cotonicultura, onde a capina e a colheita propiciaram, em três anos, o pagamento de 615 mil diárias aos trabalhadores, envolvendo nessas atividades mais de 2 mil pessoas, além de criar 180 postos de serviço na usina de beneficiamento por 100 dias. ?Sem o algodão o pequeno produtor fica sem opção. O algodão oferece faturamento maior que outras culturas e gera mais empregos, fazendo o dinheiro circular mais pelos municípios. É uma lavoura essencialmente social?, afirmou o vice-presidente da Coagru, Valdir D?Alécio. Com objetivo de resgate da cultura do algodão através da colheita mecanizada, a cooperativa tem feito parcerias com a Coodetec para realizar dias de campo sobre o algodão, visando repassar as novas variedades e melhores tecnologias. ?A cultura do algodão segurará o homem no campo, a família, o filho. E tem um grande reflexo social, pois dá emprego aos trabalhadores volantes, reduzindo sua dependência dos serviços de assistência social das prefeituras?, conclui o diretor.
Emprego e renda ? Estudo realizado pela Coagru mostrou que mais de 3.300 pessoas estiveram ligadas diretamente com a cultura, com benefícios indiretos aos seus familiares. No valor pago à mão-de-obra na safra 2000/2001, a cultura do algodão também ganhou longe da soja, no estudo da Coagru: R$ 1,2 milhão em 4.500 hectares de algodão, contra R$ 378 mil em 42 mil hectares de soja. O algodão também propicia maio renda entre os agricultores, em função do valor da produção. A maior geração de mão-de-obra no algodão pode ser comprovada através dos dados da tabela 1. A tabela mostra os custos, o faturamento e a rentabilidade das lavouras de algodão e soja nas quatro últimas safras.
Tabela 1 - Comparativo de geração de mão de obra entre as lavouras de soja, milho e algodão.
Cultura | Área(ha) | Diárias/ha | Valor diária(R$) | Total (R$) |
Soja | 42.000 | 1 | 9,00 | 378.000,00 |
Milho | 5.000 | 2 | 9,00 | 45.000,00 |
Algodão | 4.500 | 30,41 | 9,00 | 1.231.614,00 |
TOTAL | 51.500 | 1.654.614,00 |
Tabela 2 - Comparativo de rentabilidade de soja x algodão nas quatro últimas safras, na Coagru
Algodão (R$/há) | . | . | . | Soja (R$/ha) | . | . |
Safra | Custo | Faturamento | Rentabilidade | Custo | Faturamento | Rentabilidade |
98/99 | 1.171,59 | 1.800,00 | 628,41 | 381,00 | 690,46 | 308,94 |
99/00 | 1.233,98 | 1.889,96 | 655,98 | 399,00 | 805,00 | 406,85 |
00/01 | 1.285,17 | 2.166,92 | 881,75 | 439,49 | 1.001,70 | 562,21 |
01/ 02 | 1.474,38 | 2.260,44 | 786,06 | 574,97 | 1.180,40 | 605,43 |
Média | 1.291,28 | 2.029,33 | 738,05 | 448,61 | 919,39 | 470,86 |