Agronegócio: em busca da renda perdida

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Em 2006, a agropecuária brasileira terá um ano difícil, mas menos pior do que o anterior. A expectativa é que o setor comece a trilhar o caminho da recuperação de parte da rentabilidade perdida. A previsão é do presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), João de Almeida Sampaio Filho. "Fatores internos e externos fizeram de 2005 o pior ano da agricultura, nas últimas três décadas", afirma. De acordo com o presidente da SRB, além da estiagem, que atingiu diversas regiões produtoras do país, a queda nos preços internacionais de commodities importantes na nossa pauta de exportações (principalmente grãos) e, sobretudo pela defasagem cambial a perda de renda dos produtores brasileiros foi muito grande. Ele lembra que a safra passada sofreu uma redução de 18%. Ou seja, 18 milhões de toneladas a menos que as 131 milhões de toneladas inicialmente previstas.

Influência do câmbio - "Para se ter uma idéia do fundo do poço em que a agricultura chegou, no ano passado, basta lembrar que na última safra o produtor plantou suas lavouras com o dólar a R$ 3,20 e vendeu a safra com o dólar a R$ 2,40", recorda. "Este conjunto de fatores na temporada passada fez o valor total da produção agropecuária recuar R$ 21 bilhões em relação ao estimado", acrescenta. Mesmo assim, João Sampaio diz que foi o agronegócio que praticamente garantiu sozinho o superávit da balança comercial brasileira. Ou seja, o setor respondeu por mais de 80% do saldo comercial brasileiro no ano passado. "Na prática, isso significa que mesmo com prejuízos a cadeia produtiva do agronegócio garantiu o bom desempenho do comércio exterior. Ou seja, o país ganhou apesar do bolso furado, dos prejuízos dos agricultores brasileiros", ressalta.

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