Agronegócio diz que não há avanço na ALCA

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A proposta dos Estados Unidos para as negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) não agradou especialistas do agronegócio. "Não houve alterações significativas e ainda há ressalvas que podem colocar o Brasil em desvantagem", diz Marcos Jank, professor de política comercial da Universidade de São Paulo (USP). Pela proposta oficial, cerca de 56% das importações agrícolas dos 34 países que integrariam o bloco ficariam isentas com a Alca em vigor. Outras tarifas agrícolas cairiam nas categorias de redução gradual de 5 anos, 10 anos ou mais, ajustadas para cada país. Jank observa, no entanto, que 84% das tarifas americanas já são baixas (de zero a 15%) e que a isenção de 56% das importações, na verdade, não é uma oferta significativa. "O importante é discutir as tarifas maiores", afirma.

CNA - Para Antônio Donizeti Beraldo, chefe do departamento de comércio exterior da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), as discussões para as tarifas específicas, ou seja, as que possuem uma alíquota especial, serão mais complicadas. Como exemplo ele cita o caso do suco de laranja, cuja tarifa específica é de 0,785 centavos por libra-peso, o que na prática dá uma tarifa total de 56%. No caso do álcool, a alíquota "ad valorem" é de 2,5%, mas a específica, de US$ 1,20 por galão, significa uma taxa acima de 50%. "O acesso ao mercado não se restringe a tarifas. As maiores barreiras são as não-tarifárias", diz Beraldo. Para Ademerval Garcia, presidente da Abecitrus, que representa as indústrias de suco, os produtos com picos tarifários devem ser prioridade. (Fonte: Valor Econômico)

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