AGRICULTURA: Retomada do manejo de pragas quer atingir 10 mil produtores do Paraná

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A retomada do Manejo Integrado de Praga (MIP) no Paraná - nas culturas de soja, milho e trigo - representará economia ao produtor rural e ganhos significativos ao meio ambiente, além da melhoria na qualidade dos produtos. Até meados de 2009, o programa pretende atingir cerca de 10 mil produtores paranaenses. A informação é do presidente do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), José Augusto Texeira de Freitas Picheth, que assinou terça-feira (30), durante a Escola do Governo, em Curitiba, em conjunto com outras instituições e entidades paranaenses, termo de compromisso estabelecendo novas diretrizes ao MIP. O objetivo é racionalizar o uso de agrotóxicos, através de um conjunto de medidas técnicas.

Preservação ambiental e da saúde - "Essa ação mostra a preocupação do governo e das instituições de pesquisa em relação à preservação do meio ambiente e à saúde e qualidade de vida das pessoas", afirmou Picheth, lembrando que os mananciais são os mais atingidos com o uso indiscriminado do agrotóxico, contaminando, assim, a água consumida pela população. O Paraná foi um dos estados pioneiros na década de 80 a trabalhar com o manejo de pragas. Nesta época, o estado, através de Emater e juntamente com a Embrapa e cooperativas, conseguiu reduzir de quatro para duas o número de aplicações de inseticidas na soja, ou seja, 50%. "Foi um trabalho conduzido com bastante ênfase e que deu bons resultados. Em meados da década passada houve um arrefecimento nas ações do Manejo Integrado de Pragas, mas agora este governo quer retomá-lo como política pública de Estado", explicou o pesquisador Alfredo Otávio Rodrigues de Carvalho, representante do Iapar no MIP-PR. A intenção do programa é reduzir 30% a aplicação de inseticidas nas lavouras paranaenses, nos próximos cinco anos.

Média de aplicações - Segundo Carvalho, levantamentos feitos na última safra de soja, apontam que os produtores fizeram, em média, quatro aplicações de inseticida nas lavouras para controle das pragas. E é com base nesses dados que o programa quer trabalhar na capacitação continuada de técnicos para conscientização do produtor sobre a importância da redução da quantidade aplicada. Para isso, há três meses, pesquisadores que integram o MIP fizeram reuniões com técnicos de diversas entidades em seis cidades - Ponta Grossa, Guarapuava, Londrina, Maringá, Cascavel e Campo Mourão - para falar da retomada do programa.

Capacitação - Nessa primeira fase foram capacitados 135 técnicos de Londrina, Cascavel e Ponta Grossa para repassar as informações para pelo menos 500 outros agentes (cooperativas, empresas púbica e privada etc) que serão os multiplicadores. "Até 2009 queremos atingir cerca de 10 mil produtores no Estado", informa Carvalho. Ele observa que o uso indiscriminado do agrotóxico trouxe conseqüências graves para o manejo das pragas. Uma delas foi o surgimento de novas pragas na cultura da soja. "Pragas que antes eram secundárias, hoje se tornaram importantes devido ao pouco uso de produtos seletivos e biológicos, o que causou a eliminação dos inimigos naturais", explica. Outro fato negativo foi o aparecimento de insetos resistentes a alguns inseticidas, como por exemplo a lagarta do cartucho do milho e percevejo em soja, pragas estas que eram normalmente controlados.

Compromisso - Além do Iapar e Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, assinaram o documento, representantes das seguintes entidades: Itaipu, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Emater, Banco do Brasil, Sanepar, Associação dos Técnicos Agrícolas do Paraná, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Paraná, Federação dos Trabalhadores da Agricultura, Embrapa Soja em Londrina, UFPR e Federação dos Engenheiros Agrônomos. (AEN)

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