AGRICULTURA: Clima e preço antecipam venda de grãos e a estimativa de produção aumenta

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agricultura 01 10 2012 LargeCerca de 30% da soja e 10% do milho que ainda serão plantados no Paraná na safra 2012/13 já estão vendidos. O produtor paranaense está aproveitando as altas cotações no mercado internacional para garantir o preço e proteger parte da produção. A movimentação foi constatada pela pesquisa de campo realizada pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. O relatório mensal de acompanhamento da safra de grãos foi divulgado nesta sexta-feira (28/09).

Ajustes - O relatório contém ajustes que elevam a expectativa de produção de grãos no Estado, em relação à estimativa divulgada no inicio do mês. Segundo o diretor do Deral, Francisco Simioni, as preocupações com o clima foram afastadas com as chuvas do fim de semana, que permitiram a retomada, de forma intensa, do plantio de milho e feijão em todo o Estado.

Atenções - Segundo Simioni, as atenções se voltam agora para a reta final da colheita da safra de trigo, cuja qualidade e preços em alta no mercado animam o produtor paranaense, após cerca de cinco anos de frustração de safra, ora por causa do clima ora por causa de preços desestimulantes.

Aumento da produtividade - Com o retorno da corrente El Niño, prevista pelos principais institutos de meteorologia do País, a expectativa para a safra de grãos de verão 2012/13 é de aumento na produtividade dos principais grãos cultivados no Paraná. A previsão aponta para retomada da regularidade do clima, com elevação de chuvas na primavera e verão, favorecendo a produtividade das lavouras.

Pesquisa – A pesquisa do Deral informa que a previsão para a produção de grãos de verão da safra 2012/13 foi reajustada para 22,62 milhões de toneladas de grãos este mês, 240 mil toneladas a mais que a estimativa feita no mês passado, de 22,38 milhões de toneladas.

Soja - O ajuste ocorreu com o aumento da intenção do produtor paranaense em plantar mais soja. “O plantio no Paraná iniciou no último dia 21 e acontece até o final do ano, podendo ter vários ajustes até lá”, explica o economista do Deral Marcelo Garrido, chefe da Divisão de Conjuntura Agropecuária do Deral. Cerca de 3% da área prevista já foi plantada. O leve avanço no plantio da soja está ocorrendo sobre áreas antes previstas para o milho e feijão.

Produção - A expectativa de produção da soja passou de 14,99 milhões de toneladas estimadas no mês passado para 15,14 milhões de toneladas, com a intenção do produtor em avançar em pelo menos mais 20 mil hectares na área plantada. A estimativa atual prevê ocupação de 4,58 milhões de hectares contra 4,56 milhões de hectares previstos anteriormente, embora mantendo um aumento de 4% na área total plantada com soja no Estado em relação à safra plantada no ano passado.

Milho - O plantio de milho já alcançou 26% da área prevista que é de 847.300 hectares, a menor área já plantada com milho nessa época do ano no Estado, que nesta safra está recuando em torno de 13% em relação à safra passada. Na pesquisa anterior, previa-se plantar 851.910 hectares. Segundo a engenheira agrônoma do Deral, Juliana Tieme Yagushi, a tendência nesta primeira safra é da permanência dos produtores de milho que usam um grau maior de tecnologia.

Cenário internacional - Segundo a técnica, esses produtores estão de olho no cenário internacional, que tende a se manter com preços sustentados para o grão diante da queda dos estoques internacionais e escassez de oferta em função da seca que aconteceu nos Estados Unidos que dizimou parte da produção. A previsão é que o Brasil se torne o terceiro maior exportador de milho do mundo, na safra 2012/13.

Atraso - Apesar da retomada do plantio, ele está atrasado em relação a anos anteriores, em consequência da falta de chuvas no mês passado. Conforme o levantamento do Deral, na média dos últimos três anos, o plantio já tinha acontecido em 33% da área estimada e este ano o plantio está em 26% da área prevista. A produção está estimada em 6,9 milhões de toneladas, que corresponde a um aumento de 5% sobre a produção em igual período do ano passado quando foram colhidas 6,6 milhões de toneladas.

Feijão – O feijão da primeira safra é outra cultura que está com o plantio atrasado. Na média dos últimos três anos já tinha ocorrido em cerca de 35% da área prevista e este ano avançou sobre 18% apenas. A área plantada este ano, estimada em 216.579 hectares também é 13% inferior à safra em igual período do ano passado que atingiu 247.569 hectares.

Aumento - Já a produção deve alcançar 381.691 toneladas, um aumento de 9% sobre a produção do ano passado que totalizou 350.248 toneladas. “O aumento de produção está sendo previsto em função da expectativa de aumento de produtividade das lavouras”, disse o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Salvador.

Preços - Os preços do feijão também devem se manter sustentados no mercado diante do quadro de escassez de oferta do grão no mercado interno. “O plantio também caiu em outras regiões produtoras e a previsão é de redução de 18% na área plantada e de 22% na produção brasileira de feijão”, explicou Salvador.

Trigo – Este ano, o Paraná plantou a menor área com trigo dos últimos 10 anos, 761.249 hectares onde se espera colher 2,13 milhões de toneladas. “O clima contribuiu com o desempenho da safra e a colheita está revelando uma produção de ótima qualidade em praticamente todo o Estado”, disse o diretor do Deral Francisco Simioni.

Satisfação - Após cinco anos de safras difíceis, esse é o primeiro ano que o produtor está satisfeito com a comercialização do grão. O trigo está sendo vendido entre R$ 34,00 a R$ 35,00 a saca, que remunera em cerca de 30% sobre o custo variável da cultura, ou seja, sobre o desembolso feito pelo produtor em sementes, insumos e combustíveis para o maquinário.

Boa hora - Simioni explica que os bons resultados com a produção e a reação dos preços no mercado, vieram numa boa hora, pois os produtores de trigo estão muito desestimulados face às sucessivas dificuldades de clima e mercado. “Esse bom momento de produção e preços para o trigo, não recupera a rentabilidade perdida nos anos anteriores, mas certamente motiva os produtores a continuarem a produzir o cereal, que é fundamental na composição dos custos da propriedade e no sistema de rotação de culturas”, explicou.

Culturas de inverno - A produção de trigo e as demais culturas de inverno plantadas no Paraná como aveia, canola, centeio, cevada e triticale devem render 2.781.727 toneladas. As lavouras de inverno também estão com bom desempenho e a previsão é de qualidade dos grãos em fase de colheita. (AEN)

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