ABAG: Lideranças do agronegócio enumeram propostas a presidenciáveis

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O presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, acompanhado de Luiz Lourenço, presidente da Cocamar e membro da diretoria da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), participaram nesta quarta-feira (17/03), de uma reunião convocada pela Abag, em São Paulo. Na ocasião, cerca de 200 representantes do agronegócio brasileiro discutiram a proposta apresentada pela Abag e que será entregue aos quatro principais candidatos à presidência da República. A ideia é que os pedidos sejam analisados para que cada candidato grave um vídeo com suas respectivas propostas para o agronegócio, que serão apresentados no próximo Congresso da Abag, marcado para agosto deste ano. Apesar de a ideia parecer nova, os pleitos do setor são basicamente os mesmos de quatro anos atrás. As propostas de mudanças partem do orçamento e papel do Ministério da Agricultura, passam pela defesa sanitária, infraestrutura e segurança fundiária e chegam ao meio ambiente e sustentabilidade. Os demais itens tratam de crédito, seguro rural, marketing, agroenergia, pesquisa e relações internacionais, além de tributação, contratos nas cadeias, certificações e montagem institucional. "O agronegócio tem que usar sua força para trabalhar na implementação de seus anseios que não têm sido atendidos. Da lista entregue em 2006, um percentual próximo a zero foi atendido, sendo identificado uma melhora apenas na questão dos organismos geneticamente modificados", diz Carlo Lovatelli, presidente da Abag.

Infraestrutura - Mesmo com a longa lista de reivindicações, o próprio setor reconhece que as questões tributária e fundiária, a infraestrutura deficitária e o meio ambiente são os quatro principais temas mais problemáticos. "Os 16 temas apresentados podem ser reavaliados. Queremos a contribuição de todos, já que cada setor tem a sua agenda e sabemos que não existe um consenso do próprio agronegócio. Nossa intenção é chegar o mais próximo disso", diz Lovatelli. A ideia da Abag é que o documento a ser entregue aos candidatos apresente o contexto de cada item, mostre o objetivo do setor com cada um dos pedidos e as melhores estratégias a serem adotadas.

Roberto Rodrigues - Mesmo com a intenção de detalhar ao máximo os pedidos para facilitar o entendimento dos candidatos, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues defendeu a apresentação de um número menor de propostas, que envolvam todos os pleitos do setor. "Nosso problema não é falta de políticas para o agronegócio. O que falta é uma estratégia de Estado para o setor que envolva todos os ministérios necessários, porém, com a coordenação da (Pasta) Agricultura. Essa estratégia deve ser lastreada nas metas a serem apresentadas neste documento", disse Rodrigues. O ex-ministro lembrou que, mesmo diante do peso do agronegócio para a economia do país, nenhum representante do setor foi chamado para compor o Grupo de Acompanhamento da Crise, criado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no ano passado. Ainda de acordo com Rodrigues, o agronegócio não tem a representação adequada no País, apesar de ser responsável por cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O maior apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aos negócios agrícolas e uma diretoria de crédito rural dentro do Banco Central, segundo ele, seriam medidas importantes para o setor conseguir maior liderança institucional. "O BNDES é hoje um organismo extraordinário para alavancar os programas de crédito para a indústria de alimentos, de fertilizantes e de carnes, por exemplo", afirmou Rodrigues (Com informações dos Jornais Valor e DCI).

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