Tecpar vai certificar bovinos para exportação

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Com o objetivo de conhecer o sistema de certificação espanhola e discutir a implantação de um sistema de certificação no Paraná, ontem foi realizada reunião no Fundepec, com a presença do diretor geral da instituição espanhola Certicar, Javier Samper Cimorra. Ele veio ao Paraná para discutir a criação de nor-mas para certificação, pelo Tecpar, da carne a ser exportada para a Europa, e para conhecer sistemas de produção animal. O Tecpar está criando uma empresa específica (coligada), que será responsável pela certificação de carnes, soja não modificada geneticamente, madeira (pinus) e outros produtos. A Ocepar, que integra o Fundepec, foi representada nessa reunião pelo gerente Técnico e Econômico da Ocepar, Nelson Costa.

Organização na Espanha – Na Espanha, a Associação de Produtores de Carnes criou uma or-ganização com o objetivo de recuperar o consumo da carne vermelha, que caiu quase 60% devido aos problemas de hormônios e doença da vaca-louca. Em 1995 criou-se um programa de divulgação da carne sem aditivos e em 1997 uma entidade de certificação externa. Essas providências permitiram modernizar a comercialização da carne, um avanço na Europa, pois até então a carne era comercializada sem obedi-ência a requisitos sanitários, entendendo-se que não eram necessários. Com a criação da entidade certifi-cadora, passou-se a incutir nos consumidores a idéia da carne sob medida ou com marcas identificadas, onde a rastreabilidade foi uma das ferramentas básicas adotadas para garantir a segurança do produto. Para isso se realizou um trabalho de convencimento dos produtores e industriais da Europa para que to-dos dessem sua contribuição para que o programa tivesse sucesso.

Segurança – O sr. Javier Samper Cimorra disse que a certificação de um produto é um meio de assegurar que se cumpram normas específicas sobre o assunto. A entidade certificadora tem que ser ex-terna para ter maior credibilidade. Cabe a ela dizer se o produto atende as normas de produção e qualida-de. A partir da explosão da doença da vaca-louca na Europa, em 1997, criou-se a rastreabilidade com a identificação de bovinos de forma obrigatória. A implantação desse sistema permitiu também a cobrança integral de impostos sobre a carne, pois na Europa cerca de 50% de toda a carne comercializada não reco-lhia impostos.

Qualidade surpreendeu – Ao visitar propriedades do Paraná, Javier se surpreendeu com a qua-lidade dos animais e do nível de manejo . Pelo que viu, considera que o Paraná tem padrão de exportação de carne bovina. Mas observou que falta ao pecuarista documentar todos os procedimentos realizados na propriedade em relação ao manejo dos animais. Segundo Javier, o produtor faz tudo correto, desde a pre-ocupação com a alimentação mais adequada, os medicamentos ministrados e o grau de sanidade na pro-priedade. ''Mas falta escrever e documentar tudo isso'', salienta. O diretor da Certicar lembrou que na Eu-ropa ''o que não está escrito, não existe''. Para ele, se não existe documentação do animal, pressupõe-se que não existe segurança alimentar e por isso o produto deve ser rejeitado.

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