Summit Governança Sicredi reflete sobre expansão da instituição financeira cooperativa a partir dos valores e legado cooperativo

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Sob o olhar atento de mais de 500 participantes, a Central Sicredi PR/SP/RJ realizou mais uma edição do Summit Governança, nos dias 2 e 3 de julho, no Mabu Thermas Grand Resort, em Foz do Iguaçu (PR). O evento reuniu presidentes, diretores e conselheiros de administração e fiscais das cooperativas Sicredi que atuam nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Com o objetivo de alinhar essas lideranças ao norte estratégico do Sicredi, o encontro reforçou a importância de manter viva a essência cooperativa, consolidar um modelo de negócio único frente ao sistema financeiro tradicional e reafirmar o foco no relacionamento próximo com a comunidade, na humanização do atendimento e no compromisso com o desenvolvimento local, através de projetos de apoio à educação, inclusão financeira, voluntariado e diversidade. Durante o evento, foram promovidas reflexões sobre o presente e o futuro da governança, ressaltando a necessidade de comprometimento com esses valores para conduzir a instituição financeira em um cenário de constantes transformações.

"A governança vai além do cumprimento de normas e regulamentos: trata-se de um compromisso ativo e contínuo, que alinha valores e ações, fortalece a confiança dos associados e consolida o vínculo das cooperativas Sicredi com as comunidades”, afirmou o diretor executivo da Central Sicredi PR/SP/RJ, Maroan Tohme, na abertura do Summit. Ele lembrou ainda sobre as inovações tecnológicas que vêm impactando os negócios. “É claro que devemos investir em digitalização, mas para que seja mais um canal de comunicação e de resolução de problemas. Porém, não pode ser uma estratégia para tirar das pessoas o direito de ter contato com nossos colaboradores. Dizem que andamos na contramão do mercado por abrir novas agências, mas em minha opinião, estamos andando na direção do que a sociedade e o associado querem: conexões verdadeiras”, enfatizou.

Os números têm mostrado a assertividade da estratégia: em 2025, o Sicredi superou a marca de 9 milhões de associados, ultrapassou 2.900 agências e passou a administrar um patrimônio líquido acima de R$ 44 bilhões. Os ativos já somam mais de R$ 413 bilhões. Nos estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e parte de Santa Catarina — onde atuam as 31 cooperativas da Central Sicredi PR/SP/RJ — o crescimento tem sido ainda mais acelerado. Em apenas oito anos, o número de associados saltou de 1 milhão para mais de 2,4 milhões, com a previsão de alcançar cerca de mil agências em 2025. No Paraná, o Sicredi é líder absoluto em número de agências, com mais de 190 unidades à frente da segunda colocada no ranking. Aproximadamente 12% da população do estado é associada à instituição. 

Roberto Rodrigues: cooperativismo é instrumento de paz

Um dos destaques do Summit foi a palestra do ex-presidente da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) e ex-presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Roberto Rodrigues, que emocionou o público ao contar histórias marcantes de sua trajetória. “A minha família é a maior do mundo e ela chama-se cooperativismo. Por meio dela, visitei 82 países e conheci pessoas sensacionais, que movem o Brasil e o mundo", destacou.

Durante a explanação, o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento explicou por que a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu, pela segunda vez, este ano como o Ano Internacional do Cooperativismo e falou também da era de incertezas que estamos passando. “Os Estados Unidos estão mudando o mapa econômico global. E a gente não sabe o que poderá acontecer. A geopolítica está em mutação, com novos arranjos globais e uma forte polarização, ocasionando uma certa desordem. Paralelo a isso, estamos vivendo uma constante perda de protagonismo das organizações multilaterais. Vejo que está faltando lideranças empresariais - e até mesmo políticas - no mundo. O líder precisa tomar decisões, ser um visionário. Não pode ser apenas um intérprete”, pontuou.

Para Rodrigues, a Europa está perdendo protagonismo, gerando espaço de crescimento para o Brasil. “Mas isso pode ser uma oportunidade, pois acredito que a União Europeia passe a depender mais da indústria alimentícia do Brasil. Acredito que o acordo bilateral, que está parado há vários anos, saia do papel agora", projetou. Ele finalizou sua palestra falando dos riscos que percebe no mundo atualmente: a segurança alimentar (“fome derruba governos”), a transição energética, as mudanças climáticas e a desigualdade social. “E isso só pode ser combatido com o cooperativismo, que é a organização da sociedade civil capaz de solucionar tudo isso. Afinal, as cooperativas são decisivas para o aumento da produção de alimentos, e o povo alimentado tem menos disposição para guerra. Cooperativas incluem pessoas excluídas, e isto também é um fator de estabilidade. Cooperativas são um instrumento de paz e democracia, pois inclui quem está excluído e garante alimento, energia, emprego, renda e muitas outras coisas”, finalizou. 

Cooperativismo no Brasil: o impacto da inclusão financeira

Outro momento marcante do Summit foi a palestra da Superintendente no Sistema OCB, Tânia Zanella, que abordou a importância do cooperativismo e o cenário político atual. “Não podemos deixar de enaltecer e reforçar o poder transformador das cooperativas de crédito, que estão onde as pessoas realmente precisam. Enquanto os bancos tradicionais focam em cidades com mais de 8 mil habitantes, estamos em algumas cidades com menos de 2 mil habitantes”, exemplificou.

Outra apresentação relevante do Summit foi a da Chefe do Departamento de Organização do Sistema Financeiro (DEORF) do Banco Central do Brasil, Carolina Pancotto Bohrer. A executiva trouxe um panorama detalhado da atuação das cooperativas de crédito no país, demonstrando o forte crescimento e os resultados expressivos alcançados. Ela revelou que, em 2024, mais de 157 municípios deixaram de ser atendidos por bancos tradicionais. Enquanto isso, o número de cidades com presença física apenas de cooperativas de crédito chegou a 469 no país.

Outro ponto trazido por Carolina foi o aumento da participação feminina no quadro de associados, conselhos e gestão das cooperativas. “A criação dos comitês de mulheres tem sido muito importante para avançarmos nesse sentido, assim como as políticas de inclusão implementadas. Ainda há um caminho longo pela frente, mas os primeiros passos já foram dados”, apontou. A chefe do DEORF também abordou temas como regulação, normas estatutárias e avanços estratégicos.

Cooperação e inovação

Já na palestra “Um passo por vez: O Legado do Cooperativismo”, Paulo Soares contou a história do Sicredi e da Casa Cooperativa, localizada em Nova Petrópolis (RS), uma entidade sem fins lucrativos, que tem como principal objetivo fomentar a educação e a cultura do cooperativismo.

Para fechar o evento, Luís Justo falou sobre o “Rock in Rio Business Model” e o quanto o encantamento tem a capacidade de conquistar e reter clientes. O CEO do festival abriu a palestra falando sobre como a música I Can't Get No Satisfaction, do Rolling Stones, inspirou Roberto Medina a empreender com um propósito. “E isso tem tudo a ver com o Sicredi e com o cooperativismo", enfatizou.

Parafraseando o escritor Peter Drucker com a expressão “a cultura devora a estratégia no café da manhã”, Justo lembrou que o cliente não compra produto ou serviço. Ele compra experiência e proposta de valor. “Por isso, precisamos treinar e empoderar a equipe, permitindo que os colaboradores pensem grande, façam acontecer, com coragem, excelência e integridade. Todos na mesma direção, trabalhando duro para realmente surpreender", concluiu. 

Governança com alma cooperativa

Com mais de 9 milhões de associados, presença em todos os estados brasileiros e mais de 2.900 agências, o Sicredi tem como diferencial a proximidade com as pessoas e a atuação regionalizada. Durante o Summit, a governança foi apresentada não apenas como um conjunto de normas e práticas, mas como um valor que conecta a estratégia da instituição às realidades locais, às expectativas dos associados e ao fortalecimento das comunidades.

Para materializar tudo isso, aconteceram três painéis denominados “Projetos de Impacto”, sendo um com os jovens conselheiros, outro com as mulheres conselheiras e um com os educadores que participam dos projetos sociais do Sicredi, entre eles o A União Faz a Vida - principal programa de educação da instituição financeira cooperativa, que objetiva construir e vivenciar atitudes e valores de cooperação e cidadania. Durante o painel das mulheres foi anunciado que Rosemary Camargo, conselheira da Sicredi Paranapanema Serrana PR/SP/RJ, levará a bandeira do Brasil na cerimônia de abertura da Conferência Mundial das Cooperativas de Crédito, evento que acontecerá entre os dias 14 e 16 de julho, em Estocolmo, na Suécia. 

Sobre o Sicredi

O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento de seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. Possui um modelo de gestão que valoriza a participação dos 9 milhões de associados, que exercem o papel de donos do negócio. Com mais de 2.900 agências, o Sicredi está presente fisicamente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, disponibilizando uma gama completa de soluções financeiras e não financeiras. Site do Sicredi: Clique aqui. (Assessoria de Imprensa Sicredi)

 

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