Seminário de Tendências da OCB IV
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O terceiro painel desta quarta-feira apresentou "Experiências bem-sucedidas de Redes de Intercooperação", sob a coordenação do presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), Ronaldo Ernesto Scucato. "Rede de Intercooperação que agrega valor: o caso da Aurora" foi a primeira, seguida por "Otimizando logística e reduzindo custos através da intercooperação no Rio Grande do Sul";por "Rede Cooperativa de competências profissionais uma nova concepção de organização, voltada para o mercado Central das Cooperativas Qualit" e "Um exemplo de sucesso no cooperativismo do setor Lácteo: o caso da Central Leite Nilza".
Aurora - O secretário do Conselho Administrativo da Cooperativa Central Oeste Catarinense - Coopercentral/SC (Aurora), Luiz Hilton Temp apresentou a cooperativa, uma rede que superou obstáculos, com definição de estratégia, reuniões de avaliação, definição clara do pacto federativo, acompanhamento do controle, monitoramento do saque para acompanhar a situação financeira das filiadas, definição de cotas mensais para atender a demanda do mercado e enfim, promovendo um ótimo relacionamento com outras cooperativas. Na sua opinião, deve acabar o cooperativismo dos gerentes, o despreparo dos dirigentes, a falta de motivação e de atitudes agressivas, para que se ganhe o mercado. "Conhecer outras experiências é um excelente remédio para curar a ignorância. Precisamos quebrar a realidade de que o cooperativismo só dá certo nos países ricos", disse Temp.
Cotrijal - O presidente da Cooperativa Tritícola Mista Alto do Jacuí Ltda - Cotrijal/RS, Nei Mânica contou que o trabalho da cooperativa iniciou com um frigorífico de suínos, passando por terminais ferroviários e pelo Terminal Portuário de Rio Grande/RS. No primeiro caso, quatro cooperativas uniram-se à Aurora, após o resultado de uma pesquisa, que apontou esta como boa alternativa para a sobrevivência das cooperativas. "Com a análise de mercado feita por quem entende, não comprometemos negativamente os recursos e todos lucraram", contou. Já no último caso a união de 19 cooperativas proporcionou a revitalização do terminal portuário e viabilizou suas atividades. Hoje 30 milhões estão aplicados no local, a gerência foi substituída e após 100 anos, exportam trigo. "Sabemos que somos passageiros, mas o produtor e a cadeia permanecem, isto é o mais importante. Há ganhos reais ao trabalharmos unidos e em parcerias externas", diz Nei Mânica.
Cooperqualit - O terceiro painelista foi o presidente da Central Qualit do Rio de Janeiro, Luiz Antonio Pizzo Rosado. A Cooperqualit é uma cooperativa multidisciplinar de prestação de serviços dividida por segmentos profissionais. A Central busca junto às filiadas, formas de sanar problemas e proporcionar soluções e novas alternativas para seus sócios. "Somos gestores de pessoas e temos que cuidar das ansiedades e anseio de quem forma o grupo", explicou Mânica. Um bom exemplo foi o das 10 cooperativas envolvidas com reciclagem, que hoje estão organizando sua própria central.
Nilza - Finalizando o painel sobre Intercooperação, o presidente da Cooperativa Central Leite Nilza, Alexandre Maia Lemos, mostrou o sucesso no cooperativismo do setor lácteo. Para ele o cooperativismo é uma ponte, "como se vê tantas aqui em Recife", explicou. A cooperativa que existe há apenas dois anos em São Paulo, com unidades em Minas Gerais é fruto da união de algumas cooperativas do segmento e hoje conta com 8.127 associados, preservando as características individuas de cada cooperativa associada. Os debatedores do painel foram o professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Fernando Peres e o diretor do Departamento de Cooperativismo e Associativismo Rural do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Roberto Ricken, que aconselhou os companheiros a substituir os termos fusão e corporação, por aglutinação. "A intercooperação começa dentro de nós mesmos. Muitos não estão comprometidos nem consigo, e como disse Guimarães Rosa, a cabeça é uma só, mas é cheia de muitas coisas. Nós temos que preparar nossa cabeça para o total", concluiu. Fechando o painel, Ronaldo Scucato enfatizou a importância dos três patamares do Cooperativismo: o econômico, o administrativo e o político. E lembrou Charles Gide que diz que Cooperativismo é a suprema esperança daqueles que sabem, que há uma questão social a se resolver e uma revolução a se evitar. (Fonte: Ass. Imprensa OCB)