OCESC: Aumenta a intercooperação em SC
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A recém-inaugurada Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Flor do Sertão, em Linha Fuzil, na bacia hidrográfica do rio das Antas, na divisa dos municípios de Flor do Sertão e Descanso, no extremo oeste catarinense, foi apontada pelo presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) como o mais eloqüente resultado da intercooperação, um princípio universal do cooperativismo.
Participantes - A PCH Flor do Sertão foi construída pela Maue S/A, uma empresa constituída por oito cooperativas que atuam no grande oeste catarinense e que, juntas, reúnem mais de 50 mil associados: Coopercentral Aurora e Cooperalfa, de Chapecó; Ceraçá, de Saudades; Cooper A-1, de Palmitos; Cooperitaipu, de Pinhalzinho; Copérdia, de Concórdia; Coopercampos, de Campos Novos e Cooperativa Auriverde, de Cunha Porã.
Investimento - O custo total do empreendimento atingiu R$ 47,6 milhões de reais. Foram financiados R$ 31,3 milhões de reais do BNDES, tendo a Caixa Econômica Federal como agente financeiro. O financiamento tem prazo de 120 meses e começa a ser amortizado em janeiro de 2008. As oito cooperativas acionistas aportaram recursos próprios da ordem de R$ 16,3 milhões de reais.
Geração de energia - O complexo tem potência instalada de 16,5 MW e está gerando energia desde a zero hora do dia 28 de julho. Pelos próximos 20 anos, a energia será comercializada com a Eletrobrás. A PCH Flor do Sertão é constituída de barragem em concreto ciclópico, canal de adução e casa de máquinas. A barragem tem altura máxima de 19 metros com comprimento na crista de 245 metros. O vertedouro tem 185 metros de comprimento. O reservatório formado pela barragem tem área inundada de 91 hectares, com comprimento de 10,5 quilômetros, banhando os municípios de Flor do Sertão, Descanso, São Miguel do Oeste e Romelândia. Foi constituída uma área de preservação com 169 hectares. Desde que assumiu a Ocesc, Neivor Canton estimula as cooperativas a transacionarem comercialmente entre si na prática da intercooperação que tem como objetivo fortalecer a circulação de recursos no ambiente cooperativo, contribuindo para o desenvolvimento das cooperativas filiadas à Ocesc.
Exemplos - Além do exemplo mais recente de intercooperação (a construção da PCH Flor do Sertão), o dirigente mencionou a construção da unidade misturadora de fertilizantes, em São Francisco do Sul, com capacidade de produzir até 150.000 toneladas/ano de fertilizantes para as 14 cooperativas agropecuárias que se associaram para viabilizar o empreendimento. Menciona também o exemplo da Coopercentral Aurora, no qual 17 cooperativas agropecuárias repassam matérias-primas (aves, suínos e frutas) para a industrialização naquela cooperativa de segundo grau. O presidente da Ocesc mostra que, em muitos países, a intercooperação permitiu às cooperativas crescerem, enfrentando as adversidades do mercado. A intercooperação estabelece um relacionamento horizontal das cooperativas singulares entre si e, através dele, definem-se ações conjuntas e viabilizam-se empreendimentos e projetos comuns. (Ocesc)