FARINHA DE CARNE: REUNIÃO DEFINIRÁ PADRÕES DE QUALIDADE
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A Embrapa Suínos e Aves, empresa de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, participará de hoje até sexta-feira (21, 22 e 23 de agosto) da Reunião Técnica sobre Farinhas para Ruminantes. A reunião, que acontece em Brasília e foi convocada pelo Ministério da Agricultura, será importante porque buscará definir padrões de qualidade para as farinhas de carne produzidas no Brasil. Esses padrões serão cobrados depois das fábricas de farinhas.
Vaca louca - Desde que surgiu o mal da vaca louca na Europa, as farinhas de carne se viram no meio de uma polêmica mundial. A Europa baniu as farinhas de carne das rações servidas para bovinos, suínos e aves. No Brasil, é proibido servir farinhas de carne somente para bovinos. Já para a suinocultura e avicultura, as farinhas de carne se transformaram em insumos importantes. Da produção anual de pouco mais de 2 milhões de toneladas, cerca de 1,1 milhão de toneladas vão para a avicultura, 650 mil toneladas vão para a suinocultura e o restante para o mercado de comida para animais de estimação, como cães e gatos.
Posição revista - Segundo o pesquisador Cláudio Bellaver, da Embrapa Suínos e Aves, que estará presente na reunião em Brasília, a discussão em torno da utilização das farinhas de carne está sendo feita em todo o mundo. "Assisti a uma palestra do inglês Andrew Speed, consultor da FAO (Food Agricultural Organization), na semana passada e ele revelou que até mesmo a Europa já admite rediscutir a sua posição. O consultor disse que os europeus estão admitindo que farinhas produzidas com qualidade e usadas de forma controlada podem ser servidas aos animais", contou Bellaver.
Origem - Para o pesquisador, as farinhas animais precisam ser classificadas por qualidade e origem. As graxarias devem ainda melhorar os processos de fabricação das farinhas. Algumas práticas devem ser banidas, como o uso de animais que morrem dentro das propriedades. "O mais indicado é que use somente os resíduos das indústrias da carne na fabricação das farinhas", diz Bellaver. A rotulagem é outra questão importante. Com dados claros sobre a origem da farinha será possível evitar, por exemplo, que se sirva farinha de resíduos de carne suína para suínos.