Comitê Consultivo do PRC300 se reúne para planejar o futuro do cooperativismo

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Na manhã da última sexta-feira (12/09), o Comitê Consultivo do Plano Paraná Cooperativo (PRC300), o planejamento estratégico de desenvolvimento do cooperativismo paranaense, realizou sua quinta reunião, com a participação de 60 executivos de cooperativas paranaenses em um encontro online. O evento contou com a presença do presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, e dos convidados Tânia Zanella, superintendente do Sistema OCB, e do professor Marcos Fava Neves.

Direto de Carambeí, onde participava de uma reunião na sede da Frísia, com o objetivo de discutir sobre o Projeto 27 do PRC300 com cooperativas do Centro-Sul, Ricken destacou a importância da intercooperação, um dos princípios fundamentais do movimento no Brasil e o no mundo. Ele citou como exemplo de sucesso, as parcerias na região dos Campos Gerais, através das intercooperações, da Unium e da Maltaria dos Campos Gerais, que demonstram a força da união entre as cooperativas.

O presidente da Ocepar ressaltou a longa história de planejamento da instituição, que completou 54 anos em 2025. "Desde o Projeto Iguaçu de Cooperativismo (PIC), implementado na década de 1970, até o PRC300, a soma dos planejamentos individuais de todas as atuais 257 cooperativas tem sido a nossa metodologia para alcançar resultados extraordinários", afirmou. Ricken também mencionou que a Ocepar monitora mensalmente os indicadores de cada cooperativa desde 1991 e agora busca um monitoramento em tempo real com o uso de inteligência artificial.

Também apresentou dados impressionantes sobre o crescimento do setor. Em 2015, o faturamento anual era de R$ 50 bilhões, valor que dobrou para R$ 100 bilhões em apenas seis anos. Durante a pandemia, o setor implementou o PRC200 e alcançou a marca de R$ 200 bilhões em 2024. Com o PRC300, a meta é atingir R$ 300 bilhões de faturamento até 2027.

Ele enfatizou o papel vital das cooperativas para os pequenos e médios agricultores. Segundo Ricken, 85% dos produtores cooperados não possuem 100 hectares, com uma média de 48 hectares por cooperado. "Se não fosse o sistema cooperativista, a maioria deles não estaria mais produzindo", ressaltou.

Atualmente, as cooperativas do Paraná possuem 157 unidades agroindustriais, onde 48% das receitas são geradas pela transformação dos produtos. Além disso, elas são responsáveis por cerca de 65% da produção de grãos e 45% da produção de carnes e lácteos do estado. "O ramo agro contribui com mais de 80% do faturamento global, mas os demais ramos, como saúde, crédito, transporte, infraestrutura, consumo e trabalho, também recebem atenção especial do Sistema Ocepar", frisou.

Luiz Roberto Baggio, diretor-secretário da Ocepar e presidente da Bom Jesus, dos presidentes, Geraldo Slob, da Frísia, Willem Bouwman, da Castrolanda e Eric Bosch, da Capal e do diretor financeiro da Agrária, Edmund Kreuscher Gumpl, participaram do debate, enfatizando a importância da união, do planejamento estratégico e da capacidade de lidar com as "conversas difíceis" para o crescimento do setor.

Planejamento estratégico em nível nacional

A superintendente da OCB, Tânia Zanella, destacou que o cooperativismo paranaense é uma referência para o planejamento do setor em nível nacional. Ela mencionou a meta do planejamento BRC1tri, que visa atingir R$ 1 trilhão de faturamento até 2027, e a importância de uma atuação conjunta para alcançar esse objetivo.

Zanella reforçou que o cooperativismo brasileiro é uma alternativa promissora para o crescimento da população, com 4.384 cooperativas, 25,8 milhões de cooperados e um faturamento de R$ 757,9 bilhões, gerando 578 mil empregos diretos. Ela elogiou a abordagem do Sistema Ocepar de "ouvir as bases" e alinhar estratégias no campo.

O sucesso da intercooperação no Paraná

O professor Marcos Fava Neves, convidado para fazer uma palestra, apresentou cases de sucesso de intercooperação do estado. "Tenho levado esses dados para todas as palestras que realizo pelo Brasil", afirmou.

Ele citou o exemplo da Maltaria dos Campos Gerais, que reúne seis cooperativas (Agrária, Frísia, Castrolanda, Capal, Bom Jesus e Coopagrícola). Com um investimento inicial de R$ 1,6 bilhão, a maltaria atenderá 15% do consumo nacional, produzindo 240 mil toneladas por ano e contribuindo para a redução de R$ 800 milhões anuais em importações.

O professor apresentou o "método Enjoy de planejamento e gestão estratégica", que se baseia em perguntas simples e objetivas para guiar o setor em direção aos seus objetivos.

O professor Fava destacou 10 pontos que podem ser úteis para as cooperativas em fazer a gestão de demandas. Ele deixou importantes questionamentos ao Comitê Consultivo do PRC300:

Criação de valor, resultados e clareza de propósitos. O que vamos fazer como empresa? No que devemos focar? O que será feito por nós?

Padrão, rotinas e procedimentos. Como desenvolver uma cultura admirada e seguida em todos (DNA)? Estamos mensurando?

Desenvolver os melhores relacionamentos (rede). Como podemos melhorar os relacionamentos na rede – melhores parceiros e alianças?

Excelência e facilidade: resolvendo problemas e buscando fidelização. Como podemos simplificar a jornada do cliente e como desenvolver a solução de problemas?

Manter vantagem competitiva sustentável: velocidade e resiliência. Quais são as nossas ameaças e como aumentar nossa velocidade e rapidez para mudanças?

Antena da inovação. Como ver aspectos que ainda não estão na página e melhorar a nossa capacidade inovadora e intuitiva?

Tecnologia, detalhes e construção. Como estar ligado na tecnologia, digitalização, e melhorar a experiência, o high touch (pessoal)?

Gente, humana e tradição. Como atrair, manter talentos e desenvolver competências para ter o melhor time com alegria?

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