Presidente do Conselho da Cocamar participa de painel de encerramento da COP30
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Com a presença do presidente do Conselho de Administração da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, Luiz Lourenço, que também preside a Assembleia da Rede ILPF, a última programação do cooperativismo na COP30 debateu, na tarde de quinta-feira (20/11), o tema Cooperativismo, inovação e baixo carbono – caminhos para a segurança alimentar global.
O evento evidenciou com dados, ciência e experiências de campo, que o cooperativismo agropecuário brasileiro está preparado para liderar soluções climáticas e ampliar a segurança alimentar mundial.
A mensagem central foi direta: agricultura sustentável, baseada em conhecimento científico e em redes cooperativas, é parte essencial da resposta global à crise climática.
Além de Lourenço, participaram do painel Bazílio Wesz Carloto, presidente da Coopernorte, José Antonio Rossato Junior, representante da Coplana, Daniel Trento, chefe da Assessoria da Presidência da Embrapa, e Felipe Ody Spaniol, coordenador de Inteligência Comercial da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), sob a moderação do professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Daniel Vargas.
O desafio de se reinventar
Falando sobre a Cocamar, Lourenço contou que a cooperativa nasceu da iniciativa de um grupo de produtores de café em Maringá (PR) e precisou se reinventar quando a cafeicultura entrou em decadência: “Migramos o algodão e, depois, mais fortemente para a produção de grãos, em um estado que hoje é um dos maiores produtores do país”.
A partir daí, a cooperativa se consolidou como referência em grãos, industrialização de produtos e integração de sistemas produtivos.
ILPF
Lourenço também detalhou o papel do plantio direto e da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) na estratégia da cooperativa. “A ILPF é uma intensificação sustentável da terra. Ela recupera pastagens degradadas, melhora a fertilidade do solo, aumenta o bem-estar animal e reduz a pressão pela abertura de novas áreas. É possível aplicar em propriedades pequenas e grandes”, ressaltou.
Reciclagem de embalagens
Ele citou práticas de manejo, políticas e iniciativas estruturantes da sustentabilidade no agro, como o programa de logística reversa de embalagens de defensivos agrícolas, do qual a Cocamar participou desde o início.
E lembrou que a recuperação de embalagens, que antes eram descartadas de forma inadequada, se tornou um sistema organizado que recolhe e recicla centenas de milhares de toneladas, dando origem a novos produtos plásticos e evitando emissões adicionais.
Divisor de águas
Para Daniel Trento, chefe da Assessoria da Presidência da Embrapa, a COP30 marcou um divisor de águas na forma como o agro brasileiro – especialmente o organizado em cooperativas - é percebido nos debates climáticos.
Segundo ele, a ciência tropical desenvolvida pela Embrapa e difundida em parceria com o cooperativismo já mostrou capacidade de revolucionar a produção em clima tropical e agora precisa ganhar escala em adaptação climática.
“A tecnologia está pronta. O desafio é criar condições para que chegue ao produtor. Ninguém faz essa revolução sozinho: precisamos da integração entre pesquisa, cooperativas, governo e mercado”, afirmou.
Trento lembrou que a própria criação da Embrapa foi baseada na ideia de adaptação — levar cultivos de clima temperado para o clima tropical. “Se conseguirmos nos adaptar no passado, podemos adaptar agora às mudanças climáticas”, disse, ressaltando que o setor agropecuário é, ao mesmo tempo, um dos mais cobrados e o primeiro a sentir os impactos da crise climática, o que torna ainda mais estratégica a atuação conjunta com o cooperativismo. (Assessoria de Imprensa Cocamar)