EMBRAPA: Diversificação é opção para reduzir abertura de áreas na Amazônia legal
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A intensificação do uso da terra integrando as práticas de agricultura e pecuária tem se mostrado uma opção de produção para as regiões de fronteira agrícola na Amazônia legal e, particularmente, no estado do Mato Grosso. A diversificação das atividades, por meio do sistema de integração lavoura-pecuária, permite a rotação de culturas, como milho, sorgo e girassol, e possibilita a alimentação do gado durante o período seco da entressafra.
Embrapa Xingu - A Embrapa, por meio de suas Unidades Embrapa Soja e Embrapa Arroz e Feijão, desenvolve desde 2006 o Projeto Embrapa Xingu, que tem o objetivo de reduzir o impacto das atividades da agropecuária na região da Bacia do Rio Xingu. "O projeto atua na recuperação de áreas de proteção permanente através de reflorestamento, monitoramento da qualidade da água, implantação de unidades pilotos de sistemas de integração lavoura-pecuária e aplicação de boas práticas agrícolas na cultura da soja, principal cultura da região", explica o pesquisador da Embrapa Soja, Júlio Franchini.
Dias de Campo - Como parte do projeto, a Embrapa promoveu quatro dias de campo e quatro cursos de capacitação de técnicos e produtores em Canarana e Querência, Mato Grosso. Os cursos trataram, entre outras questões, do manejo integrado de pragas e doenças, do manejo do solo, da fertilidade e da tecnologia de produção de girassol. Os dias de campo são realizados em unidades demonstrativas constituídas por cinco módulos de 20 hectares, sendo que na primeira safra dois módulos são ocupados por pecuária, dois com plantação de soja e um com arroz. Na segunda safra, semeada no início de fevereiro, são empregados consórcios de milho, sorgo e girassol com diferentes espécies de brachiarias, gramíneas forrageiras utilizadas para formação de pastagens. O pesquisador explica que após a colheita dos grãos, a área é totalmente ocupada pela pecuária, ofertando alimento de boa qualidade para o gado durante a estação seca que se estende até setembro.
Projeto desperta a atenção - De acordo com Júlio Franchini, esse sistema tem atraído a atenção de produtores e ambientalistas por diversificar e intensificar o uso da terra, permitindo aumento de renda e da sustentabilidade do sistema produtivo, além de maior quantidade de matéria orgânica, importante para conservação e melhora da qualidade do solo. Segundo o pesquisador, com o sistema de integração lavoura-pecuária, a produtividade da pecuária aumenta até dez vezes e a agricultura ganha sustentabilidade de produção, melhorando o aproveitamento da água. "A integração lavoura-pecuária permite aos produtores aprimorar as técnicas produtivas para atender a demanda por alimentos, mantendo o respeito ao meio ambiente", afirma. (Imprensa Embrapa)