Biotecnologia: Cresce a área plantada com transgênicos
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A
área global dedicada ao cultivo de transgênicos continua aumentando,
incluindo uma estimativa, para o Brasil, de 3,0 milhões de hectares.
A expansão registrada entre 1996 e 2003 é de 40 vezes; sendo que
quase um terço da área foi plantada em países em desenvolvimento.
Não obstante, de 2002 a 2003, o aumento absoluto da área foi praticamente
o mesmo entre países em desenvolvimento e países desenvolvidos.
Cerca de seis países plantaram 99% da área total com transgênicos.
Dois países, Brasil e Filipinas, liberaram o cultivo de plantas geneticamente
modificadas (OGMs), pela primeira vez, em 2003. O Brasil aprovou a soja tolerante
a herbicidas no final de setembro, enquanto as Filipinas liberaram o milho Bt.
A quantidade de países utilizando o cultivo de transgênicos passou
de 16 para 18.
O aumento da área se concentra em quatro espécies de lavoras de
OGMs, em ordem decrescente: a soja, o milho, o algodão e a canola. Entre
1996 e 2003, a tolerância a herbicidas foi, de forma consistente, o atributo
dominante do plantio, com 73%, seguido por 18% relativos à resistência
a insetos. A combinação de genes para tolerar herbicidas e resistir
a insetos, empregada tanto no algodão, quanto no milho, subiu para 9%.
Recentemente, o programa World Food divulgou o número de pessoas desnutridas:
houve um aumento de 815 milhões para 840 milhões. As questões
mais importantes para a biotecnologia e, mais especificamente, para as plantas
GM, são sua capacidade de contribuir para:
· Aumentar a produtividade das lavouras e colaborar para a segurança
global, no que diz respeito à alimentação humana e animal,
e à oferta de fibras;
· Conservar a biodiversidade por meio de redução de área
cultivada, graças a uma tecnologia com maior produtividade;
· O uso eficiente de insumos, em prol de uma agricultura mais sustentável,
que ajuda a preservar o meio ambiente;
· A estabilidade crescente da produção e a redução
da penúria decorrente de fatores como os estresses abióticos e
bióticos;
· A melhoria de benefícios econômicos e sociais, assim como
o alívio da extrema pobreza nos países em desenvolvimento.
A experiência de cultivo de lavouras de OGMs mostra uma área acumulada
de plantio de 300 milhões de hectares, distribuídos em 21 países,
que atingiu as expectativas de 7 milhões de fazendeiros, entre pequenos
e grandes, seja nos países industrializados ou em desenvolvimento. Mais
de 85% dos produtores correspondem a agricultores de baixa renda no setor do
algodão, sobretudo, em 9 províncias da China. Assim como em Makhathini
Flats, na província sul-africana de KwaZulu-Natal.
Perspectivas
futuras - Em 2003, o mercado global de plantas GM movimentou US$4,5
bilhões, cerca de 15% do mercado global de proteção das
plantas e de 13% do mercado global de sementes. Neste ano, espera-se um crescimento
de 12%. A taxa de adoção serve para dar uma perspectiva quanto
à utilização das plantas GM, sendo que, nas quatro principais
culturas, alcançaram um quarto da área agregada.
Apesar do debate acalorado na União Européia, a área de
plantio de OGMs tende a crescer. Para os próximos cinco anos, deverá
alcançar 100 milhões de hectares, com 10 milhões de produtores,
em 25 países.
As nações plantadoras de OGMs deverão ampliar seu portifólio
de produtos, Índia, Brasil e outros países do hemisfério
sul terão mais áreas com algodão Bt e soja tolerante a
herbicidas. O milho Bt, aprovado pelo Uruguai, será adotado por outros
países.
(Artigo publicado na Revista de Agronegócios da FGV, edição
julho de 2004.)