MILHO II: Após seca e geadas, desafio do produtor é fechar a conta
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Perdas na segunda safra de milho podem chegar a 50%O produtor João Mignoso plantou, no início de fevereiro, 180 hectares de milho safrinha em sua propriedade em Campo Mourão (Centro-Oeste do estado). Pretendia colher, nos próximos dias, uma média de 103,3 sacas (6,2 mil quilos) por hectare. Mas um período de estiagem durante o mês de maio e uma série de geadas no final de julho atrapalharam os planos do produtor, que agora refaz as contas.
Mais de 30% - Mignoso acredita que as perdas na lavoura devem ultrapassar os 30%. "Isso sendo otimista, porque esse número pode aumentar. Se atingir média de 61,9 sacas [3,7 mil quilos] por hectare consigo, ao menos, pagar os custos", calcula. Ele conta que a seca atingiu 90% da lavoura em período de formação de grãos e a geada pegou outros 10% em fase de milho verde. "O clima não colaborou em períodos importantes para o bom desenvolvimento do safrinha", diz.
Plantio escalonado - Para minimizar o risco climático, Marcelo Riva escalonou o plantio dos 120 hectares que cultiva em Campo Mourão. Semeou suas lavouras em três períodos diferentes, mas nem assim conseguiu evitar os prejuízos. Segundo ele, as perdas ultrapassam 50%. Animado com os bons resultados da última safra de verão, Riva pretendia colher 82,6 sacas (5 mil quilos) por hectare. "Se conseguir fechar com média de 57,8 sacas [3,5 mil quilos] já me dou por satisfeito", lamenta. Ele conta que a lavoura plantada em 13 de março foi a mais prejudicada. "A geada chegou bem na fase de milho verde", explica. As outras duas áreas, uma cultivada na primeira semana de fevereiro e a outra no final do mesmo mês, sofreram também com seca. "A estiagem consumiu 20% e a geada os outros 30%", relata.
Investimento - Com perdas que podem chegar a 60%, o agricultor Hamilton Neves, do mesmo município, não sabe como vai pagar o investimento feito no plantio de 36,3 hectares de milho safrinha. "Esperava colher uma média de 86,7 sacas [5,2 mil quilos], mas não vou conseguir sequer cobrir os custos", reclama. Ele conta que iniciou o plantio na segunda semana de março. "A geada sapecou tudo. Daqui 15 dias, quando colocar a colheitadeira na lavoura, vou ter uma ‘surpresa' nada agradável", ironiza. (Caminhos do Campo /Gazeta do Povo)