VALOR 1000 I: Sul supera Sudeste e lidera em rentabilidade

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As empresas do Sudeste incluídas entre as mil maiores do país por receita líquida perderam, no conjunto, o posto de mais rentáveis pela primeira vez na década, segundo o anuário "Valor 1000", que chega à décima edição e circula hoje para assinantes do Valor e para venda em bancas. "Valor 1000" apresenta o ranking das mil maiores companhias por receita líquida, agrupadas também por setores e por região do país. Além de apontar as melhores empresas em 25 setores, escolhe a campeã entre elas, a Empresa de Valor - este ano, a eleita foi a Cielo. Os prêmios foram entregues nesta segunda-feira (30/08) à noite.

Lucro e patrimônio - A relação entre lucro líquido e patrimônio líquido das empresas do Sudeste caiu de 15,3% em 2008 para 14,8% em 2009. As companhias mais rentáveis passaram a ser as da região Sul, com 18,4%, muito acima dos 6,9% de 2008. Depois das companhias do Sudeste, agora segundo lugar, estão as do Nordeste (14,1%), Norte (11,3%) e Centro-Oeste (6,4%).

Sudeste - Na região Sudeste estão 640 dessas companhias, que respondem por 75,3% do total da receita líquida das mil maiores. Sobre elas, que também são as mais industrializadas, pesaram muito os efeitos da crise internacional. Algumas das maiores companhias do Sudeste têm preços ligados aos mercados globais, em queda com os problemas da economia mundial, caso das gigantes Petrobras e Vale. O lucro da primeira caiu 19,6% e o da segunda, 51,8% em 2009.

Sul - A região Sul abriga 196 empresas que, no total, têm 12,2% da receita. A rentabilidade melhorou não só devido à recuperação, no segundo semestre, de setores importantes, como veículos e máquinas agrícolas, como daqueles mais próximos do consumidor e, portanto, favorecidos pelo vigor do mercado interno. Ou ainda, os que, na mão inversa dos da região Sudeste, se beneficiaram de matérias-primas mais baratas no mercado internacional. É o caso, por exemplo, da refinaria Refap, controlada pela Petrobras e com foco na produção de óleo diesel. Terceira maior da região, o lucro da companhia cresceu 177,3% e a rentabilidade ficou em 82,6% (em 2008, a Refap teve prejuízo).

Receita - Também pela primeira vez na década e, da mesma forma, por causa da crise, a receita conjunta das mil maiores empresas do país caiu (1,1%) e interrompeu uma sequência de resultados altamente positivos. De 2000 a 2009, a receita líquida das mil maiores empresas cresceu 17,1% em média. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançou 3,3% ao ano no mesmo período. A rentabilidade, no entanto, aumentou de 13,9% para 14,7%.

Crescimento - Apesar da queda generalizada em 2009, alguns setores analisados por "Valor 1000", como aqueles ligados ao consumo e à construção, continuaram a obter forte crescimento de receita. É o caso de açúcar e álcool (35,3%), construção e engenharia (25,6%), e farmacêutica e cosméticos (27,3%). Embora no conjunto as mil maiores empresas tenham reduzido o ritmo dos investimentos - os ativos totais cresceram 5,2%, bem abaixo dos 22,3% de 2008 -, certos setores continuaram a apostar alto nas suas atividades.

Alimentos - Em primeiro lugar entre os que mais investiram está o setor alimentos, com aumento de 53,3% nos ativos, puxado em grande parte pelas operações de grandes frigoríficos. Os ativos totais da JBS cresceram 187,4%, para R$ 33,3 bilhões. Os da Marfrig, 41,7%, para R$ 9,4 bilhões. Parte da cadeia alimentícia, agricultura é o segundo setor com maior crescimento de investimentos (35,3%), seguido por farmacêutica e cosméticos (22,5%).

Economia - As oscilações da economia e a forma como as companhias responderam a elas provocaram alterações nas primeiras posições do ranking das mil maiores por receita líquida. Um dos destaques foi a ascensão da Fiat Automóveis. Com um crescimento de 11,5%, a companhia passou do 9º para o 5º lugar. Como a Fiat, também a BRF Brasil Foods, união de Perdigão e Sadia e tradicional exportadora, soube aproveitar a força do mercado interno: faturou 39,6% mais e subiu da 16ª para a 8ª posição. Operadoras de telefonia, da mesma maneira, se sobressaíram. A Vivo passou da 13ª para a 10ª posição, e a TIM, da 25ª para a 11ª. (Valor Econômico)

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