SOJA: Paraná institui o vazio sanitário plantio da safrinha fica inviabilizado

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O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, assinou a resolução que estabelece o vazio sanitário para a soja, em 2008. Com isso, o plantio da safrinha, entre os meses de fevereiro e março, será inviabilizado. A resolução determina a fiscalização sobre todos os agentes da cadeia produtiva como o plantio, transporte, armazenagem, industrialização e a comercialização da produção de soja.

Prazo - O vazio sanitário vai vigorar entre 15 de junho a 15 de setembro de 2008. Nesse período não pode haver nenhum plantio, colheita ou manuseio inadequado de soja. Até mesmo as plantas voluntárias que nascem em beiras de estradas, caminhos e ferrovias, devem ser eliminadas, determina a resolução. A medida visa evitar a proliferação da ferrugem asiática, doença que já causou prejuízos avaliados em R$ 3,82 bilhões à sojicultura brasileira na safra 2005/06.

Sanidade - "A preocupação é manter a sanidade e a qualidade da produção do grão", disse Bianchini. O Paraná será o oitavo estado a adotar o vazio sanitário para a soja. A medida já foi implantada no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Maranhão, Minas Gerais e São Paulo. Os produtores que não cumprirem a resolução sofrerão as penalidades legais que podem chegar até à restrição de crédito rural e interdição da propriedade.

Consenso - De acordo com o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Salvador, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura, o vazio sanitário para a soja é uma medida de consenso entre os setores produtivo e de pesquisa e, por isso, não deverá causar impacto econômico. "Pelo contrário, ele será benéfico porque vai reduzir a incidência da ferrugem asiática, que provoca tantos prejuízos", afirmou. "A soja safrinha, plantada no início do inverno, ocupa uma área considerada insignificante para a produção estadual", disse o engenheiro agrônomo Otmar Hubner, do Departamento de Economia Rural (Deral). Na última safra foram plantados 78 mil hectares, que corresponderam a 2% da área de soja plantada no período normal. A produção obtida na safra passada, de 126 mil toneladas, representou 1% da produção normal do Estado.

Transporte - "A preocupação do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis), da Secretaria, é com a falta de cuidados com o transporte e o manuseio da safra de soja", explicou a engenheira agrônoma Maria Celeste Marcondes, responsável pela área de Sanidade de Grandes Culturas. Segundo ela, os grãos que costumam cair dessas operações podem germinar em locais públicos como carreadores, estradas, rodovias e ferrovias. "Essas plantas voluntárias constituem focos de contaminação do fungo da ferrugem asiática", alertou. A Secretaria da Agricultura conta com a participação das prefeituras para eliminar as plantas voluntárias que germinam em praças e estradas municipais durante o período do vazio sanitário, conforme explicou Maria Celeste.

Conscientização - A Secretaria conta ainda com a ajuda do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa) para campanha de conscientização junto aos produtores, sindicatos, cooperativas e representantes do comércio e da indústria. Representantes da assistência técnica pública e privada também deverão se envolver na orientação aos agentes de toda a cadeia produtiva da soja. A ferrugem asiática entrou no Brasil e no Paraná no final da safra de verão 2000/2001. No primeiro ano, provocou queda de produtividade de 70% nas lavouras afetadas. Na safra 2003/04, provocou a perda de 4,5 milhões de toneladas de soja no Paraná. A doença é muito agressiva, provocada por um fungo de alta capacidade de reprodução e que necessita de hospedeiro vivo para sobreviver, no caso as plantas de soja.

Prevenção - O vazio sanitário é uma medida preventiva recomendada pela pesquisa, que orienta a eliminação do hospedeiro para se eliminar o fungo. A doença provoca a queda das folhas e a prejudica a formação dos grãos, derrubando drasticamente a produtividade das plantas. (AEN)

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