SAFRA: Paraná recupera posto de maior produtor agrícola do Brasil

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

A safra de grãos de verão e inverno 2009/10 atingiu o volume de 32,6 milhões de toneladas, recolocando o Paraná no primeiro lugar do ranking nacional da produção agrícola. O resultado da produção paranaense, divulgado na terça-feira (28/12), é um dos melhores dos últimos quatro anos, e foi propiciado por fatores como condições climáticas favoráveis e investimentos em  tecnologia, que melhoraram a produtividade e a qualidade dos produtos. Nas exportações do agronegócio, o Paraná também se destacou este ano, deslocando-se do quarto para o segundo lugar no ranking nacional, com um uma receita de US$ 9,1 bilhões referente ao volume exportado no período janeiro a novembro deste ano. Neste ano houve também redução dos custos de produção com a queda dos principais insumos utilizados na agricultura como adubos e fertilizantes.

Preços - Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento Erikson Camargo Chandoha, mais importante que a recuperação da produção de grãos foi a recuperação dos preços pagos ao produtor. "Assumimos novamente a liderança de grãos no País, mas o que deve ser mais comemorado são os preços praticados pelo mercado, principalmente a partir do segundo semestre quando o produtor passou a ser melhor remunerado pelo seu trabalho". Chandoha apontou a recuperação do preço do milho, que estava sendo vendido abaixo do preço mínimo durante o primeiro semestre do ano. Outros produtos importantes como soja, carnes bovina e suína, leite e derivados e também o feijão tiveram uma recuperação importante nos preços este ano, frisou o secretário. "Leite e derivados, inclusive, tiveram recuperação nos preços em plena safra, o que é uma situação inédita e nunca tinha acontecido", lembrou.


Exportação - Com essa recuperação nos preços, o Paraná se destacou como segundo maior exportador do agronegócio, perdendo só para o estado de São Paulo que entre janeiro e novembro de 2010 acumulou o valor de US$ 17,6 bilhões em exportações. Este ano o Estado está exportando mais soja, carnes, café, milho e produtos do setor sucroalcooleiro. Com isso avançou de uma participação de 12,4% para 13% até novembro de 2010 na pauta de exportações brasileiras do agronegócio. Para o secretário a tendência aponta que a recuperação no volume de produção e dos preços deve continuar em 2011. As condições climáticas permanecem favoráveis e o mercado externo e interno está comprando.


Programas - O Departamento de Economia Rural (Deral) que faz o acompanhamento da safra agrícola no Paraná desempenhou programas importantes que contribuíram para o aumento da produção de alimentos e proteínas no Estado. Entre eles está o programa Fundo de Aval, Trator Solidário e de Subvenção ao Trigo. Segundo o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, no período 2007 a 2010 foram financiados cerca de 6550 tratores em praticamente todos (399) municípios paranaenses. Foram aplicados cerca de R$ 315 milhões em recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e os financiamentos aos produtores foram feitos em equivalência produto, operações garantidas pelo Tesouro do Estado com bônus/equivalência no valor de R$ 4,5 milhões em recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE/Tesouro do Estado) para os próximos 8 anos.


Fundo de Aval - No programa Fundo de Aval foram realizadas 13 mil operações de aval ao pequeno produtor no período de 2005 a 2010, que possibilitou o financiamento de R$ 95 milhões em recursos do Pronaf. Sem esse aval, os produtores contemplados não teriam como acessar a linha de crédito junto aos bancos por falta de patrimônio. Segundo Simioni, existe em caixa atualmente R$ 3 milhões em conta específica do Fundo de Aval, que poderão avalizar R$ 30 milhões em novos investimentos. Os recursos são do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE/Tesouro do Estado).


Trigo - O programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural do Trigo foi criado em 2009 com o objetivo de alavancar a produção de trigo no Paraná, dando maior competitividade, redução de custos e melhoria de qualidade. O programa beneficiou 2.700 triticultores com o pagamento de R$ 3,9 milhões em subvenção de prêmios. Atualmente existe em caixa cerca de R$ 2,8 milhões para subvenção de prêmios em 2011, também em recursos do FDE/Tesouro do Estado. Simioni atribuiu o sucesso dos programas às parcerias estabelecidas com a Agência de Fomento do Paraná, ao Banco do Brasil, ao BRDE - Sicredi e Cresol e Instituto Emater-PR, todos trabalhando com um objetivo comum para a viabilidade dos programas de forma sustentável. (AEN)

Conteúdos Relacionados