PRESIDENTE DA OIE ELOGIA TRABALHO DE SANIDADE DO PARANÁ

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O presidente da Organização Internacional de Epizootias (OIE), Romano Marabelli, foi recebido no Palácio Iguaçu, no último sábado (30), pelo governador Jaime Lerner, secretários de Estado e lideranças do agronegócio. O presidente da OIE veio ao Paraná, a convite do secretário da Agricultura, Antônio Leonel Poloni, para conhecer detalhes do serviço de defesa sanitária do Estado. Marabelli disse que o Paraná está pronto para vender carnes na Europa, onde a demanda por produtos de qualidade, isentos de doenças, é muito grande.

Esforço do Paraná - Romano Marabelli disse que o Paraná foi o Estado brasileiro que fez o maior esforço e conquistou os resultados mais positivos no trabalho de combate à febre aftosa. "Isso traz vantagens na colocação dos produtos do Paraná no mercado externo, principalmente na Europa", acrescentou o presidente do OIE. Segundo Marabelli, é grande a procura no mercado externo, sobretudo na Europa, por carnes isentas de aftosa e do BSE (conhecida como doença da vaca-louca). "A Europa está muito interessada em carnes de qualidade, principalmente a carne suína, e o Paraná, como área livre de aftosa com vacinação, pode ter aí uma boa abertura de mercado".

Tranqüilidade - O secretário da Agricultura, Antônio Poloni, disse que a visita do presidente da OIE é o ponto culminante de todo o trabalho desenvolvido no Paraná para erradicar a febre aftosa. "O esforço do Paraná foi muito elogiado e agora, a OIE pode dizer isso ao mundo, que o mercado externo pode comprar a nossa carne com tranqüilidade", afirmou. "O trabalho de defesa sanitária do Paraná só teve resultados porque foi desenvolvido desde do início como prioridade do governo e feito em parceria com produtores e a iniciativa privada", acrescentou Poloni. O Paraná foi declarado pela OIE área livre de aftosa com vacinação em maio do ano passado.

Perspectiva - A Organização Internacional de Epizootias é um órgão ligado à Organização Mundial do Comércio (OMC). É a OIE quem regulamenta as questões relativas à área sanitária no mercado internacional. A expectativa do Governo do Paraná e dos empresários, com a vinda de Marabelli, é fortalecer o trabalho de divulgação do serviço sanitário do Estado e comprovar a qualidade da carne bovina, suína e de aves e produtos derivados produzidos no Paraná. "Temos produtos de excelente qualidade capaz de competir em igualdade de condição com os melhores produtores do mundo", destaca o secretário Poloni. Segundo o secretário, esta qualidade é resultado de muito trabalho, intensificado nos últimos anos com o apoio integral da iniciativa privada. "Governo, pecuaristas e empresários somaram esforços nos últimos anos, instalando 154 conselhos de sanidade espalhados por todo o Estado", reforça Poloni. Hoje, de acordo com o secretário, estes conselhos assumiram a qualidade sanitária da produção como um compromisso de todos.

O discurso de João Paulo - Convidado para falar em nome das lideranças do agronegócio,

o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, ressaltou o trabalho que vem sendo executado no Paraná na questão da sanidade animal, onde, através de parcerias entre a iniciativa privada e as empresas públicas, foi possível tornar o Estado como área livre com vacinação. Dentro deste contexto, o presidente da Ocepar insere as cooperativas paranaenses. Veja a seguir a íntegra do discurso do presidente da Ocepar e que mereceu elogios do próprio convidado, Romano Marabelli:

"As cooperativas do Paraná congregam mais de 191.000 associados, em 192 cooperativas, das quais, 63 são agropecuárias.

O cooperativismo agropecuário representa cerca de 50% da economia agrícola do Estado do Paraná e participa de forma intensa em todo o processo de produção, beneficiamento, armazenamento e industrialização agropecuária fazendo com que o associado seja um agente ativo na participação do mercado interno e externo.

As cooperativas oferecem sustentação à atividade agropecuária em bases dinâmicas e inovadoras, capazes de manter o produtor rural na atividade, conscientes de que isto somente será possível com a expansão de uma economia moderna, que possibilite a agregação de valores à produção, dando maior retorno aos agricultores, possibilitando seu reinvestimento no processo produtivo.

A vocação agropecuária do Paraná oferece um grande potencial para o desenvolvimento do setor agroindustrial, especialmente no setor de carnes e lácteos, face à disponibilidade de matérias-primas, de energia, de infra-estrutura para escoamento da produção, da proximidade aos grandes centros de consumo e pela capacidade empreendedora do seu povo.

As cooperativas produzem atualmente 30% das rações formuladas no Estado, beneficiam 50% do leite, 20% do abate de aves e 15% de suínos. Na bovinocultura de corte a participação das cooperativas ainda é pequena, mas a partir da aprovação da Lei Brandão haverá um forte estímulo para as cooperativas voltarem a investir no setor.

Cabe destacar aqui o importante trabalho que o Paraná vem fazendo em relação à sanidade agropecuária.

Sob coordenação do Governo do Estado e liderança do Secretário Antônio Leonel Poloni foi implementado um programa inédito e extremamente eficaz na área de sanidade, que integrou entidades públicas e privadas, permeando todas as comunidades do Estado com resultados efetivos e práticos.

Fruto deste trabalho o Paraná foi reconhecido no ano 2000 pela OIE como livre de febre aftosa com vacinação e imediatamente os resultados começaram a aparecer. Ampliamos as nossas exportações na área de frango com um crescimento no primeiro trimestre de 34% em 2001, comparativamente com 2000.

Na área de suínos, cujo único comprador externo de nossas cooperativas era Hong Kong, passamos a ter novos parceiros na Rússia, África do Sul e países sul-americanos.

Ao nível de país cresceram significativamente as exportações de aves, suínos e bovinos, face aos problemas sanitários enfrentados pela Europa.

As nossas dificuldades na comercialização de carnes não estão na questão da genética, plantas industriais e tecnologia, mas nas barreiras sanitárias impostas por vários países, em que pese a excelente qualidade e sanidade que o Paraná vem oferecendo neste setor.

Vacinamos praticamente 100% do rebanho bovino na última campanha de maio, num trabalho integrado com todas as regiões do Paraná. Erradicamos as principais moléstias da suinocultura e da avicultura, dentre elas, a peste suína clássica e a new castle das aves. O Estado está estruturado para rapidamente atender qualquer emergência ou exigência sanitária do mercado.

A carne do Paraná hoje tem um padrão de qualidade internacional, o nível tecnológico adotado permite a rastreabilidade, especialmente dos suínos e aves, e em breve dos bovinos, com isto, temos segurança para atender as exigências do mercado externo.

Vários contatos na Europa (Itália, Espanha, Holanda, etc.) tem sido feito pelos nossos dirigentes cooperativas com o objetivo de abrir novos mercados e até mesmo estudar possíveis parcerias.

Dessa forma, as cooperativas e os produtores do Paraná hoje se sentem seguros para planejarem suas atividades e inclusive implantarem novos projetos. As ações das cooperativas no setor visam a agregação de valor ao produto primário, objetivando dar maior retorno ao produtor, que por sua vez poderá reinvestir na atividade produtiva garantindo, com isso, a oferta de matérias-primas em níveis permanentes e, ao mesmo tempo, desenvolvendo o meio rural.

O potencial do Paraná na área de produção de carnes é enorme e a Ocepar, em conjunto com as lideranças das cooperativas, vem debatendo a ampliação da participação do sistema na transformação do milho e soja em carnes, condição fundamental na viabilização das atividades dos 85% de pequenos e médios agricultores que compõem o quadro de cooperados das cooperativas.

Finalmente, é importante destacar que o trabalho da OIE, suas exigências e principalmente a firmeza na condução das atividades, não cedendo a pressões de qualquer ordem, é fundamental para que os trabalhos para erradicação das epizootias tenham êxito, reconhecendo sempre os esforços realizados em prol da melhoria da sanidade.

As cooperativas se somam aos esforços desenvolvidos por Vossa Excelência junto à OIE e são parceiras do Governo nesta importante empreitada em prol da sanidade agropecuária."

(Discurso de João Paulo Koslovski, durante reunião de trabalho com presidente da OIE no Palácio Iguaçu - 30.06.2001).

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