O Paraná agrícola

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Editorial da Folha do Paraná de 21/09/2001

?Artigo publicado na semana passada neste jornal, pelo presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, reafirma a grande vocação do nosso Estado para a produção agrícola e demonstra o que é capaz a iniciativa privada, ainda mais contando com o apoio das instituições de pesquisa agronômica, como hoje ocorre. Em seu artigo o presidente da Ocepar mostra que, com apenas 2,3% da extensão territorial do Brasil, o Paraná contribui com um quarto da produção nacional de grãos, ranking que vem se mantendo nos últimos dez anos.

A crença no agronegócio, que leva ao investimento em tecnologia, é um dos fatores que vêm mantendo esse padrão, e isso faz a produtividade permanecer em alta. Estima o líder cooperativista que, neste ano, a safra paranaense chegará a 24,7% das 97,2 milhões de toneladas do País, e isto demonstra como a agricultura é importante para o Estado, sob o aspecto socioeconômico.

Este é o Paraná que avança, apesar da filosofia monetarista do governo federal e da opção do governo estadual em dar prioridade aos incentivos à industrialização, ademais aplicando nisso vultosos capitais, e com riscos, como acaba de acontecer com a indústria automobilística Chrysler, que fechou sua fábrica em São José dos Pinhais e foi embora.

No último domingo, em publicação na Folha, o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Francisco Galli, faz críticas à política equivocada de concentrar todos os esforços ? financeiros inclusive, como cita ? na atração de indústrias com perfil muito diferente do Paraná. A vocação do nosso Estado sempre foi a agropecuária, ele diz, e mostra que 52% das exportações paranaenses são geradas a partir da atividade rural.

Também quanto à geração de empregos, os agronegócios são os que mais geram na proporção do investimento, depois da indústria do vestuário. Números publicados pelo BNDES mostram que, em cada R$ 1 milhão em investimentos aquele setor industrial gera 118 empregos diretos e 21 indiretos, e a agropecuária (que vem em segundo lugar), 88 empregos diretos e 25 indiretos. E, nesse ranking, a indústria automobilística situa-se em último lugar, com apenas 2 empregos diretos e 17 indiretos.

Se o Paraná também deve contemplar os projetos de industrialização, é certo que tem o privilégio de contar com terras férteis e produtores experientes e competentes ? como ressalta o presidente da Sociedade Rural ? capazes de tornar este Estado ainda mais forte, aumentando as exportações e produzindo mais empregos.

Voltar a atenção para os negócios do campo será sempre uma boa política de qualquer governo, porque é um investimento que, de qualquer modo, resultará em benefícios para o País, mesmo com as eventuais perdas a que está sujeito o produtor, individualmente. Porque a produção agropecuária é estratégica e se traduz em abastecimento e em garantia de alimentação para o Brasil e para o mundo?.

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