LOGÍSTICA: Conta da fila em Paranaguá passará de US$ 140 milhões

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logisticaA projeção do desembarque de uma enorme quantidade de fertilizante no segundo semestre no Porto de Paranaguá deve resultar em uma demurrage – multa paga pelo contratante ao dono da embarcação quando a demora no porto ultrapassa o prazo acordado – superior aos US$ 144 milhões contabilizados no ano passado. De acordo com dados da empresa de afretamento de navios Bulk Link, o tempo de espera na segunda metade do ano será, em média, de 37,5 dias, 45% maior em relação ao mesmo período do ano passado (média de 25,8 dias). Nos primeiros seis meses deste ano, a média de tempo que um navio aguardou para atracar no terminal foi de 14,6 dias.

Adubos - A estimativa parte das seis milhões de toneladas de adubo previstas para desembarcar em Paranaguá, a principal entrada do produto no país, 17% a mais que no mesmo período de 2011. Segundo empresas do setor, os estoques estão quase zerados e a demanda pelo fertilizante, em virtude do plantio da safra 2012/13 que começa em setembro e segue até novembro, será acima da média.

Calado e chuva - Os tradicionais problemas como o pequeno calado e a chuva, que suspende as operações, também contribuem para o congestionamento de embarcações na baía de Paranaguá. Somado a isso, a série de greves de órgãos que atuam na liberação das operações – exportação e importação – da autarquia colaboram para a morosidade dos trabalhos. Os servidores da Receita Federal estão realizando operação-padrão, enquanto os da Anvisa atuam com o efetivo mínimo exigido por lei (30%). Esta semana, os fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Polícia Federal também cruzaram os braços.

Difícil - “O dia a dia em Paranaguá é muito difícil. Quem está descarregando hoje chegou ao porto em junho. A demurrage deste ano será maior que no ano passado”, afirma Eduardo Spagnuolo, diretor comercial da Bulk Link, que acompanha diariamente o andamento dos trabalhos nos principais portos brasileiros.

Navios - Nesta quarta-feira (08/08), o site da Appa registrava 137 navios ao largo – local onde as embarcações esperam para chegar ao cais – e 23 eram esperados para as próximas 48 horas. Cada navio custa, em média, US$ 40 mil por dia. Ou seja, apenas nesta quarta os contratantes pagaram quase US$ 5,4 milhões para manter os navios fundeados ao largo do porto aguardando a atracação. “Teremos um segundo semestre superaquecido e do jeito que a situação está em Paranaguá, teremos longas filas”, diz uma fonte do setor que prefere não ser identificada.

Maior - O tamanho da fila é 168% maior que a registrada no início de maio, quando eram 51 navios. Algumas embarcações carregadas de adubo chegaram ao litoral paranaense no dia 15 de junho, ou seja, estão a mais de 55 dias esperando para atracar.

Plantio - Com as cotações das commodities batendo recordes históricos, a expectativa é de que os agricultores brasileiros aumentem a área destinada às culturas de soja e milho. Para preparar a terra será preciso grandes quantidades de fertilizante. “Com os altos preços internacionais, o produtor vai plantar soja até onde não pode. Além disso, existe a previsão do milho safrinha recorde. Para tudo isso vai precisar de adubo”, aponta Eduardo.

Fluxo maior - A própria Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) confirma que terá de enfrentar um fluxo maior na segunda metade do ano e se prepara para abrir outros três berços de atracação até novembro, no cais público. Assim, a capacidade será elevada para até oito berços. Hoje, são cinco, sendo três em Paranaguá e dois em Antonina. (Gazeta do Povo)

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