IPEA: Instituto pede fundo para financiar infraestrutura

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A expansão da infraestrutura necessária nos próximos anos para acompanhar o crescimento econômico do país vai demandar a criação de um fundo específico de financiamento. É o que apontou o diretor de estudos e relações econômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcos Cintra, no lançamento do estudo "Brasil em Desenvolvimento 2011", ontem, em São Paulo.

 

FAT - Cintra disse que o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) é uma fonte limitada de financiamento e que a área de infraestrutura possui demanda crescente e urgente. "Há necessidade de novas formas de subsidiar essa área. Temos que buscar novos instrumentos para fomentar a infraestrutura, que hoje é quase exclusividade do BNDES", afirmou o diretor de estudos e relações econômicas do Ipea.

 

Origem dos recursos - Já o diretor de Estudos Sociais do Ipea, Carlos Campos, ressaltou que é preciso avaliar de onde viriam os recursos desse fundo e lembrou que a capacidade de investimento da iniciativa privada no setor é limitada. "Projetos de energia, por exemplo, possuem viabilidade econômico-financeira, mas no setor de transporte isso nem sempre ocorre."

 

Rodoviário - Campos destaca que no setor rodoviário o capital privado deve administrar 13% dos 62 mil km da malha rodoviária do país, no fim do terceiro bloco de licitações. "Somente 15% do total da malha geram interesse das empresas por conta do retorno do investimento. Isso mostra que há pequena margem para crescimento", avalia.

 

Portos e ferrovias - Essa característica se repete nos segmentos portuário e ferroviário, que possuem expansão financiada pelo governo e recebem investimento público apenas na operação. No segmento aeroportuário, Campos estima que apenas 12 dos 67 aeroportos administrados pela Infraero gerariam interesse dos empresários. "Isso mostra o quanto essa área vai precisar de recursos fiscais por muitos anos. Será necessário, por exemplo, realocar verba do superávit primário para esse setor", ponderou.

PIB - Ele lembra ainda que, atualmente, 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) é investido no setor de infraestrutura. "Há dez anos era 0,2%, mas o ideal é que chegue a 3,4%, que é a média mundial e a taxa investida por países em desenvolvimento. Essa deve ser a nossa meta para dez anos". (Valor Econômico

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