IPEA: Instituto divulga análise sobre mercados e preços agropecuários

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ipea 30 04 2021O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta quinta-feira (29/04), uma nota de conjuntura sobre Mercados e Preços Agropecuários, que passará a ser publicada trimestralmente na Carta de Conjuntura. O documento apresenta o acompanhamento dos preços domésticos e internacionais e o balanço de oferta e demanda dos 15 principais produtos agropecuários brasileiros, que são os mais representativos para o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário, para a balança comercial e para o abastecimento do mercado doméstico. Esta edição conta com a participação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Primeiro trimestre e perspectivas - O diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Castro de Souza Júnior, e a pesquisadora associada da instituição, Ana Cecília Kreter, coordenaram o estudo e o webinar onde foram apresentados dados do primeiro trimestre de 2021 e perspectivas para o ano em cada um dos cultivos. A publicação mostrou que, na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, todos os produtos agropecuários acompanhados nesta análise apresentaram alta de preço, com destaque para os grãos. Em contrapartida, na comparação com o quatro trimestre de 2020, os preços apresentaram variação.

Novo formato - Um dos editores da nota, o diretor José Ronaldo Souza Júnior, falou sobre o novo formato da publicação. "Acredito que apresentar um documento com informações compiladas sobre os preços domésticos do Cepea, o balanço de oferta e demanda da Conab e os preços internacionais - cujos dados foram coletados pelo Ipea -, será de grande relevância para a análise setorial e macroeconômica. Com a mudança no formato de apresentação do setor, o Ipea ampliou a base dos produtos e analisou, individualmente, 15 itens selecionados", destacou.

Câmbio e preços internacionais - As principais commodities agropecuárias continuaram sendo impactadas pelo câmbio e pela alta dos preços internacionais. No entanto, o câmbio também teve efeitos adversos sobre as culturas brasileiras que dependem de insumos importados, já que encarecem o custo de produção. A China e os países asiáticos seguem como os principais destinos das exportações brasileiras e a demanda aquecida e os estoques baixos explicam parte da alta dos preços internacionais.

Renda das famílias - A queda na renda das famílias e a redução no funcionamento de bares e restaurantes são fatores que podem ter contribuído para a redução da demanda interna e, consequentemente, para a queda dos preços domésticos do arroz, do leite, das carnes suína e de frango, além dos hortifrutícolas. Em relação à oferta doméstica, as restrições de disponibilidade que impulsionaram os preços do milho, do café, dos etanóis, dos bovinos e dos ovos devem ser mantidas no próximo trimestre.

Soja - A soja segue sendo o principal produto do agronegócio brasileiro. Para 2021, há expectativa de recorde nas exportações, que devem chegar a 85,6 milhões de toneladas, o que corresponde a aproximadamente 50% das exportações mundiais. No caso do milho, há tendência de alta nos preços em virtude do clima seco que atrasou a semeadura do produto. Há cenário favorável a partir do segundo semestre, caso o clima contribua para a evolução da segunda safra, com produção que corresponde a mais de 2/3 da oferta nacional.

Café arábica - Apesar das exportações brasileiras de café arábica terem crescido 30,5% em março deste ano frente ao mesmo período de 2020, há expectativa de alta oscilação nos próximos meses por conta do início da colheita da safra 2021-2022 no país. A falta de chuvas em algumas regiões do país e os efeitos da bienalidade negativa explicam a estimativa de queda de 32,4% na produção deste tipo de café, que representa 77% da produção nacional.

Açúcar - O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar e a China é um importante destino do item (uma vez que o país importou em 2020 um volume superior às necessidades de consumo interno). Isso pode fazer com que o país diminua as compras externas este ano.

Arroz - No caso do arroz, há expectativa de retomada do consumo no segundo trimestre de 2021, após as vendas aquém do esperado nos primeiros meses do ano. No cenário mundial, o aumento na demanda da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos pode ser a razão para a alta dos preços internacionais a partir de março de 2020. (Assessoria de Imprensa e Comunicação do Ipea)

Acesse a íntegra da nota de conjuntura

 

 

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