GRÃOS: Preço do milho mantém tendência de valorização

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Nos últimos anos, os preços do milho registraram recuperação e vem se mantendo valorizados, atraindo o interesse dos agricultores paranaenses pelo plantio do grão, que deverá ser cultivado na safrinha em uma área 12% superior a do ciclo passado. Abaixo, a análise do assessor técnico e econômico da Ocepar, Gilson Martins, sobre o mercado e a produção do milho safrinha e do trigo.


Em pleno período de colheita da soja e milho da primeira safra, o interesse do mercado no Paraná se volta para o milho safrinha e ao trigo. No caso, as cotações tem demonstrado tendência favorável, principalmente para o milho. No Paraná, por exemplo, os preços do grão tem demonstrado uma tendência de recuperação, sobretudo nos últimos anos. Para se ter uma ideia, em 2007, uma saca de milho era comercializada em patamares médios de R$ 17,50 a saca. Em 2011, os valores médios foram de R$ 22,40 a saca. No caso do trigo, a saca do produto era comercializada a R$ 27,83, em 2007, passando para R$ 25,52 em 2011. Apesar de variações anuais das cotações das duas culturas, é notável que o milho tenha se mantido em patamares históricos mais favoráveis. 


Custos de produção  - O mercado indica tendência de manutenção de preços tanto para o milho quanto para o trigo. Os pregões da Bolsa de Chicago (Cbot) até a última sexta feira (02/03) indicavam cotações no patamar de R$26,90 a saca de milho e R$ 25,60 a saca de trigo. Esses níveis de preço, no entanto, tendem a ser mais favoráveis ao milho, do que para o trigo. Isso se deve, sobretudo, aos patamares diferentes de custos de produção das duas culturas. De acordo com as últimas estimativas da Ocepar, no Paraná, os agricultores contam com custos médios de produção de cerca R$ 20,02 a saca para o milho de segunda safra, e de R$ 35,29 a saca para o trigo (custos variáveis de R$ 15,97 e R$ 28,05, respectivamente). Ou seja, os custos de produção do trigo estão notadamente acima dos preços de venda do produto, enquanto o milho permite uma margem de lucro ao agricultor.


Estimativas - Não por acaso, as estimativas de safra do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura (Deral/Seab), divulgadas no último dia 27 de fevereiro, apontaram aumento de 12 % na área do milho safrinha, de 1,7 para 1,9 milhão de hectares. Regiões como Cascavel e Francisco Beltrão devem ter aumentos de área produtiva na ordem de 24 e 26%,  respectivamente, e vão cultivar 5,6 e 8,7 mil hectares. Um aumento considerável prevê-se também para Campo Mourão, com 42 mil hectares. No caso do trigo, a diminuição da área com a cultura é de cerca de 163 mil hectares, ou -15,4%. As dificuldades de comercialização contribuíram para essa redução. A região com maior diminuição é Cascavel, que deve reduzir para a metade a área com plantios de trigo.

 
 

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