FRUTICULTURA: Plantio de laranja ganha espaço no Paraná

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Estado produtor de grãos, a cada ano o Paraná tem sua vocação agrícola mais diversificada. Depois do "boom" da cana-de-açúcar nas regiões Norte e Noroeste, os laranjais vêm ganhando espaço nestes locais (ainda que em proporção bem menor do que os canaviais). A demanda é puxada pelas indústrias de suco concentrado congelado pertencentes às cooperativas agrícolas que exportam quase toda a produção. Para os agricultores, a cultura é rentável embora exija um manejo eficiente.


Produção - Em 20 anos a produção da fruta no Paraná ultrapassou as 400 mil toneladas. Ainda é um volume muito pequeno se comparado com a produção paulista, que atinge 16 milhões de toneladas. São Paulo é o maior produtor mundial de laranja, domina o mercado nacional e tem presença garantida no exterior. "O Paraná ficou 30 anos sem poder produzir laranja devido ao cancro cítrico mas, no final, percebemos que era mais uma medida protecionista do que questões sanitárias", comenta Paulo Andrade, agrônomo da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).


Indústrias - Desta forma, o plantio comercial teve início no final dos anos 80. Atualmente, quatro indústrias produzem suco: duas em Paranavaí, uma em Rolândia e outra em Umuarama. A área plantada de laranja no Estado está em torno dos 17 mil hectares, o que rende cerca de 10 milhões de caixas da fruta. Atualmente, a indústria estadual produz cerca de 20 mil toneladas de suco, mas há planos de expansão para os próximos anos. Segundo o agrônomo a produção mundial de laranja caiu devido aos furacões que atingiram a Flórida (Estados Unidos) há três anos.


Preços - O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de Agronomia Luiz de Queiroz (Esalq/USP) acompanha diariamente os preços recebidos pelos produtores paulistas que comercializam a fruta com as indústrias. Neste ano, o valor médio da laranja negociado em contrato subiu 25% com relação a 2006. O preço saiu de US$ 4 a caixa de 40,8 quilos posto na indústria (com colheita e frete) para US$ 5 a caixa. Naquele Estado, o principal canal de comercialização é a indústria e através de contratos considerados de longo prazo, por três safras ou até mais.


Condições diferenciadas - Para o produtor que comercializa sem contrato com a indústria as condições são diferenciadas: valor em real e um pouco acima da média dos acordos. A média praticada entre junho e 6 de dezembro deste ano foi de R$ 10,40 a caixa. No entanto, o valor é menor do que o obtido em 2006, quando a média ficou em R$ 11,20 a caixa. "Ainda é muito cedo para saber sobre as negociações no próximo ano, normalmente elas se intensificam no primeiro trimestre", afirma a pesquisadora do Cepea, Margarete Boteon.

Demanda internacional - A pesquisadora afirma que a demanda internacional caiu nos últimos dois anos, principalmente, nos Estados Unidos. "As vendas de suco de laranja recuaram por causa da escassez do produto por conta da redução da produção na Flórida. A menor produção interna eleva o preço do produto e isso restringe mais a demanda neste nível de preço elevado; na verdade, tivemos um choque de oferta e uma elevação significativa dos preços do suco, não podemos dizer que foi um choque negativo de demanda"", explica. (Folha de Londrina)

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