A falta de seguro agrícola está afetando pesadamente os agricultores paranaenses que perderam cerca de US$ 125 milhões nesta safra de inverno. Primeiro foi com a estiagem, depois com as geadas do início deste mês, que elevaram em pouco mais de 1/3 as perdas da safra paranaense de trigo, estimada inicialmente em 2,45 milhões de toneladas. “Os maiores prejudicados são os agricultores, pois nem o seguro do crédito esteve ao seu alcance”, afirmou o agrônomo da Gerência Técnica e Econômica da Ocepar, Flávio Turra. As grandes perdas ocorreram justamente num momento em que o governo incentivou a recuperação da produção, estabelecendo um razoável preço de garantia ao trigo. Mas a falta de seguro do crédito tomado para o plantio e da própria produção trouxe uma nova frustração. A Secretaria da Agricultura do Paraná estima em R$ 426 as perdas totais da safra de inverno (trigo, cevada e triticale) e do feijão.
Perdas somam R$ 24,5 milhões na Agrária - Os associados da Cooperativa Agrária de Entre Rios, Guarapuava, estão maiores prejudicados pelas recentes geadas. Perderam cerca de 60% dos 16 mil hectares de cevada, um prejuízo de R$ 13,5 milhões. No trigo as perdas somaram R$ 10 milhões e na aveia cerca de R$ 1 milhão, de acordo com avaliação preliminar feita pelo engenheiro agrônomo Anton Gora, da área de Assistência Técnica da Cooperativa Agrária. As perdas totais chegam a R$ 24,5 milhões, que descapitalizam os agricultores. “Ninguém faz seguro da produção porque é muito caro. Seguro do crédito, o banco dez que tem. Mas na hora do produtor querer fazer a opção, sempre acham uma desculpa para não fazer”, afirma Gora. Com as perdas, o Brasil vai ter que importar mais trigo e cevada, lavouras afetadas também na Austrália e na Europa.