CLIMA: Estiagem já está afetando lavouras de feijão e milho

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O Paraná cultivou uma área maior na safra de verão 2008/09, cerca de 5,68 milhões de hectares, com a expectativa de colher 22,6 milhões de toneladas de grãos somente nesse período. Porém, essa previsão não será atingida em função da estiagem que já está afetando as lavouras de feijão e milho e já está causando problemas na soja. Segundo o Simepar, há cerca de 20 dias não chove em todo o Estado, principalmente nas regiões Oeste e Sudoeste, situação que vem preocupando o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini. O secretário não descartou um agravamento das perdas caso as chuvas não ocorram nos próximos dias. Bianchini manifestou preocupação com os pedidos de seguro agrícola que começam a se avolumar nos bancos que financiaram o plantio da safra 2008/09.


Avaliação - Segundo o secretário, toda a equipe do Departamento de Economia Rural (Deral) já está em campo avaliando os impactos da falta de chuvas nas principais lavouras cultivadas no Estado. O levantamento completo deverá estar concluído e será divulgado na segunda quinzena desse mês. Conforme o acompanhamento de plantio e colheita, feito sistematicamente pelo Deral, a situação das lavouras de soja e milho só não é mais grave em função do uso intensivo da técnica do plantio direto. O feijão também está sendo mais afetado pela falta de chuvas.


Milho - O levantamento do Deral indica que 98,7% da área plantada com milho, estimada em 1,27 milhão de hectares, foi concluído. Desse total, cerca de 79% da área está em desenvolvimento vegetativo, 18% em floração e 2% em frutificação. A situação é mais preocupante com as lavouras em floração, fase em que elas mais sentem o déficit hídrico e a situação compromete o potencial produtivo e provoca danos irreversíveis, avaliou a engenheira agrônoma Margorete Demarchi. A agrônoma destaca que 50% do plantio da primeira safra de milho está concentrado na região Sul do Paraná, onde a situação ainda não está tão crítica e a quantidade de lavouras em fase de floração é menor. Os casos mais preocupantes se localizam na região Oeste, onde já há casos de perdas de lavouras que devem ser quantificadas em poucos dias.

Feijão - As lavouras de feijão estão sofrendo por causa da estiagem e também por outros fatores climáticos desfavoráveis ocorridos desde o plantio. Segundo Demarchi, faltou umidade ideal para o plantio e germinação nos meses de agosto e setembro, seguido de excesso de chuvas e ventos frios. De outubro até meados de novembro, as chuvas ficaram acima do normal, o que acabou atrapalhando o desenvolvimento de lavouras localizadas na região Sul, onde se concentra 70% da produção estadual de chuvas.


Colheita - O quadro atual de plantio e colheita indica que 10% da produção já foi colhida, com bom resultado no que se refere à qualidade dos grãos. Do restante das lavouras, 1% está em fase de germinação, 36% em desenvolvimento vegetativo, 28% em floração, que é a fase mais crítica para o déficit hídrico, 24% em frutificação e 11% em maturação. Conforme o levantamento do Deral, a produtividade do feijão obtida até agora é de 1.212 quilos por hectare, 28% abaixo do esperado. Com isso, já é possível prever uma queda de 4% na produção esperada que cai de uma estimativa inicial de 605.232 toneladas para 581.889 toneladas que devem ser colhidas nesta safra de verão no Paraná. (AEN)

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