Arenito paranaense recebe indicação de manejo

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Atendendo em parte um pleito feito pela Ocepar, através do presidente João Paulo Koslovski, que esteve nesta semana em Brasília, com o ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, a Embrapa anunciou ontem (19/08) que a região do arenito do Paraná, localizada no noroeste do estado e com grandes áreas de pastagens degradadas, está ganhando pela primeira vez, na publicação Indicações Técnicas para a cultura da Soja, orientações para o manejo da soja. "É uma região de grande risco e vai exigir bastante empenho do agricultor para evitar a degradação do ecossistema", avalia Julio Franchini, pesquisador da Embrapa Soja, que esteve na coordenação das discussões sobre este tema. A preocupação dos pesquisadores é fazer com que o manejo da soja na região seja sustentável econômica e ecologicamente. "Todos os procedimentos devem considerar a conservação da matéria orgânica do solo, que tem grande importância na definição do potencial produtivo da região e que é altamente suscetível à erosão", explica Franchini.

Manejo - A indicação de manejo começa pela adequação das áreas de pastagens através da eliminação de tocos de árvores e trilhas de gado. A nova indicação também orienta para a correção do solo no primeiro ano para, em seguida, se iniciar o sistema de plantio direto. "Os estudos indicam que, com a aração dessas áreas, perde-se aproximadamente 10% da matéria orgânica do solo, o que é um fator bastante crítico para a região. Com o plantio direto, a capacidade de armazenamento de água e a fertilidade do solo são preservadas?, orienta o pesquisador. Além disso, a adoção de rotação de culturas é essencial para a formação de palhada, o que é uma proteção contra a erosão. Para a região, é necessária a produção de, no mínimo, sete toneladas de palha por hectare por ano, considerando as safras de verão e inverno.

Coamo - A inclusão do assunto nas Indicações Técnicas de 2006 foi bem recebida pelas cooperativas e técnicos que já vem desenvolvendo trabalhos na região. Segundo Joaquim Mariano Costa, da Coamo, essa indicação trará benefícios para o agricultor. "Há mais de dez anos, estamos acompanhando produtores com sucesso na região. Com as indicações, esses conhecimentos serão estendidos para um número maior de produtores o que vai contribuir para a melhoria da rentabilidade na região", avalia.  Costa, no entanto, faz uma ressalva. "É preciso haver uma alteração também no zoneamento climático, pois atualmente, ele não autoriza o plantio de cultivares precoces, tampouco a semeadura em outubro. Isso tem impedido que os produtores tenham acesso ao crédito rural e aos benefícios de seguro agrícola". Essa alteração depende de aprovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (Com informações da Embrapa)

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