AGRICULTURA I: Senadores e representantes do setor produtivo cobram crédito suplementar para seguro rural
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O pedido de crédito suplementar para o seguro rural e de auxílio emergencial para os produtores que foram afetados pela seca e pelas chuvas dos últimos meses foram as principais reivindicações do setor agropecuário na audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal (CRA), nesta quinta-feira (10/02), na 34ª feira agropecuária Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR). Os senadores Acir Gurgacz (PDT-RO) e Álvaro Dias (Podemos-PR) acataram as reivindicações do setor e, se necessário, deverão apresentar projeto de lei de crédito suplementar e emergencial para o setor agropecuário. “Estamos conversando com a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, que já fez esse pedido à equipe econômica e ao presente da República para termos a liberação em sua totalidade dos recursos prometidos no Plano Safra”, disse o senador Acir Gurgacz presidente da CRA, completando que, se necessário, será apresentado um projeto de lei para mexer no Orçamento da União e criar o crédito suplementar.
O senador Álvaro Dias também fez coro juntos ao setor agropecuário, destacando que os recursos do Programa Federal de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) para as culturas de soja e milho desta safra de Verão se esgotaram antes mesmo do início do plantio, em setembro de 2021. "O recurso adicional de R$ 375 milhões, previsto no Plano Safra pode subvencionar mais 60 mil produtores de soja e milho, e é o que podemos contar sem mexer no Orçamento via Congresso, basta que o presidente retire o corte que ordenou", frisou Dias.
O senador Acir Gurgacz também cobrou o auxílio emergencial para os produtores da agricultura familiar atingidos pelas secas e pelas chuvas, e a recomposição orçamentária para equalização dos juros do crédito rural. "Neste momento de crise, o governo precisa estender a mão aos agricultores, que representam 30% do PIB nacional, para que nossa economia não sofra um impacto ainda maior", salientou Gurgacz.
O secretário da Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná, Norberto Ortigara, também cobrou o apoio do governo federal ao setor, mas destacou a importância da tecnologia e da inovação como pilares para a boa agricultura. “Ao mesmo tempo em que cobramos uma política de crédito mais atrativa, temos que continuar investindo na agricultura de precisão e de alto rendimento, pois só assim podemos fazer mais e melhor, com menos recursos e mais sustentabilidade”, salientou.
De acordo Norberto Ortigara, o Paraná vai colher 22,54 milhões de toneladas na safra de verão, em uma área de 6,24 milhões de hectares, mesmo com a seca e as chuvas em excesso. "Mesmo com todas as adversidades, conseguimos manter um patamar de alta produtividade justamente por conta da ciência e tecnologia aplicadas no campo", frisou Ortigara.
O presidente da Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Fecoopar/Ocepar), José Roberto Ricken, disse que “se o Brasil quiser ser um país desenvolvido tem que investir especialmente em educação e pesquisa, principalmente na agropecuária”. Segundo Ricken, a Embrapa, os institutos de pesquisa estaduais e a iniciativa privada devem ter condições de trabalhar de forma integrada. Por isso a importância de aprovarmos no Senado o projeto de Lei 6417/2019, que moderniza o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação para a Agropecuária (SNPA).
O presidente da Cooperativa Agroindustrial Cascavel (Coopavel), Dilvo Grolli, destacou a importância das feiras agropecuárias na facilitação do acesso aos produtores rurais de equipamentos e técnicas que auxiliam no aumento da produtividade e na produção de alimentos.
Dilvo parabenizou a Ministra Tereza Cristina e disse que o agronegócio está junto com ela na luta para que a equipe econômica reconheça a necessidade de crédito suplementar nesse momento de crise econômica, sanitária e climática.
“A economia brasileira depende muito da agropecuária e, nesse momento, nós precisamos da atenção do governo, com uma política econômica mais voltada para o setor produtivo”, disse Grolli. O presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Paulo Roberto Orso, destacou a importância da organização do setor rural em entidades associativas e cooperativas, e da reunião da cadeia produtiva nas feiras agropecuárias. “Quando reunimos o setor e ainda conseguimos interagir com o poder público, com o parlamento, valorizamos o trabalho do agricultor, democratizamos o conhecimento e fortalecemos toda cadeia produtiva”, disse Orso.
O diretor do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Natalino de Souza, destacou a importância da aprovação no Senado do projeto de Lei 6417/2019, que moderniza o SNPA, possibilitando a integração institucional e técnica dos produtores de conhecimento científico sobre a agropecuária. “Precisamos da integração institucional, do trabalho em parceria dos pesquisadores, e também da integração das plataformas digitais para que esse conhecimento chegue mais rápido na lavoura, nas mãos e mentes dos agricultores”, disse Natalino.
Já a diretora de Pesquisa e Inovação do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), Vânia Cirino, defendeu o princípio da inovação aberta na Ciência e Tecnologia. Segundo ela, trata-se de um conceito mais colaborativo entre os institutos de pesquisas, as empresas e os agricultores no desenvolvimento de pesquisas e de novas tecnologias, visando o avanço do conhecimento científico e a sua aplicação ampla e democrática no campo.
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