ÁGUAS DO AMANHÃ III: Cooperativa investe na água da chuva

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Cada vez mais o setor produtivo vem buscando soluções para aliar a lucratividade desejada com a necessária preservação do meio ambiente. E por um motivo muito simples: garantir os insumos para o futuro da produção. Um exemplo é o sistema de captação e aproveitamento da água da chuva implantado em 2009 pela Coopavel.

Adaptação - Com um investimento de R$ 1,5 milhão, a cooperativa adaptou os telhados de alguns prédios de seu imenso parque industrial, em Cascavel, totalizando uma área de 46 mil m2 para captação da chuva. Essa água, que é usada em processos menos nobres - como lavagem de caminhão, limpeza de pátios e descarga de vasos sanitários, é armazenada em dois reservatórios que, juntos, têm capacidade para reter 1,5 milhão de litros de água.

 

Redução de gastos - Para Dilvo Grolli, diretor-presidente da Coopavel, o reaproveitamento do recurso representa uma redução de gastos - inclusive futuros - e uma mensagem clara à sociedade sobre a postura ambiental da companhia. "Uma cooperativa é uma empresa econômica de abrangência social, que tem um compromisso regional e, portanto, precisa preservar os recursos para garantir a sustentabilidade do produtor e do meio ambiente", analisa. Fora o aproveitamento da água da chuva, a cooperativa possui uma estação de tratamento de esgoto que recebe o efluente do processo de abate e industrialização.

 

Consumo - Na ponta do lápis, hoje a água da chuva representa apenas 5% do consumo total diário da Coopavel, que é de - acreditem - 6,5 milhões de litros, sendo 5,6 milhões apenas nos processos de beneficiamento de aves. Atualmente, a maior parte da água usada pela cooperativa vem de 16 poços artesianos em operação. São 27 ao todo. Trata-se de um investimento com retorno futuro, sem dúvida. A estimativa é que o sistema se pague em seis anos e meio. "Em 22 anos de funcionamento do sistema vamos economizar 1 ano de água do subsolo", calcula Grolli.

 

Retorno - Mas o retorno do investimento não para por aí. O custo para abrir ou aprofundar novos poços, mais a manutenção, pesam nos cofres da cooperativa. "Também existe uma tendência futura de cobrança pelo uso da água no sentido de punir o abuso", acrescenta Grolli. Pior seria usar a rede da Sanepar. A conta chegaria a R$ 21,5 mil ao dia ou R$ 5,7 milhões por ano. Mais do que nunca, como na lavoura, a chuva é bem-vinda.  (Gazeta do Povo)

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